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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Pra quem não merece

Tentei mais de uma vez não te fazer personagem dos meus textos, tentei evitar escrever teu nome, dar vazão aos meus pensamentos e transformá-los em palavras. Tentei, mas não consegui.

Não, você não merece mais do que alguns minutos do meu tempo, talvez uma pausa no trabalho, ou aqueles segundos perdidos na fila do banco. Você não merece minhas frases, talvez apenas uma conversa amena sobre o tempo ou palavras trocadas enquanto se espera o taxi chegar. Mas por incrível que pareça você mereceu um texto meu.

Mereceu porque foi o único capaz de olhar pra mim e perguntar por que eu não sorria, o único capaz de querer saber por que eu caia aos pedaços e me abraçar quando eu achei que não suportaria mais. Você me manipula e sabe exatamente disso, eu sei também, mas não faço nada para impedir. Nunca foi e nunca será o cara certo, mas foi o único que ficou quanto todos os outros se foram. E quando não entendem como gosto de ti conhecendo todo teu passado e toda tua personalidade é porque eles nunca te viram me olhando com aqueles olhos de quem vê dentro de mim, ou sussurrando no meu ouvido como o dia pode ficar melhor quando estamos juntos. Não entendem como você me faz bem e mal ao mesmo tempo, porque na verdade nem eu mesmo entendo.

E quando você diz que vai voltar pra ela eu sorrio, porque sei que nunca conseguiria ficar muito tempo com você. Não que eu não quisesse, mas eu não suporto essa tua mania de querer voar e não se acomodar a mim, e eu não conseguiria te dividir com mais ninguém.

E é por isso que te coloco hoje em mais um texto que ficará na minha gaveta – aquela que você sempre quis abrir e eu nunca deixei, ela é uma parte de mim que é só minha – mais um, junto de tantos outros escritos a pessoas que merecem talvez menos que você.

Um texto pra quem não merece minhas palavras, pra tentar tirar aqui de dentro alguém que não merecia ocupar um lugar em mim.

sábado, 15 de outubro de 2011

Amélia

- Amélia! Oi, Amélia! – “Jesus, Maria e José, quem é essa louca me abraçando?”


- Mas eu não...

- Eu sei Amélia, você não está me reconhecendo né?! Deve ser o silicone e o botox. Sou eu, a Ana. – “A tá, a Ana. Não sei quem é ela e eu não ou a Amélia.”

- Desculpa, mas eu não...

- Ai querida, você tá tão abatidinha, tem que tomar umas vitaminas, espera ai que eu já te dou o telefone de um dos meus médicos! Mas pensando bem você sempre foi assim né, palidazinha, sem gracinha. Eu lembro que você era apaixonada pelo Rodolfo, aquele partidão!, e ele nem te dava bola né. – “O que é isso, essa mulher tá acabando com a Amélia (ou comigo?). Coitada da Amélia. Amélia e Rodolfo, até que combinava. Dor de cabeça, acho que eu devia ter tomado um daqueles comprimidos antes de sair de casa”

- Eu to bem, to tomando umas vitaminas, já fui ao nutricionista, ginecologista e todos os istas. – “Que bom, quando eu preciso de uma das minhas respostas cínicas pra defender a Amélia eu não encontro.”

- Sério querida! Ginecologista? Eu vi que a barriguinha estava saliente, mas fiquei com vergonha de perguntar! Quantos meses já? Sabe se é menina ou menino? – “Não querida, essa barriguinha ai é pela falta de academia mesmo. Não posso dizer isso, ia terminar com a Amélia. Eu devia ter tomado dois comprimidos.”

- Quatro meses, ainda não deu pra ver o sexo do bebê, ou melhor, dos bebês: são gêmeos. Mas eu e o Rodolfo já estamos escolhendo os nomes. – “Pronto. Agora a Amélia vai ter um bebê, não, dois e com o Rodolfo ainda! Porque eu sai de casa hoje?”

- Nossa! Você e o Rodolfo? Ai querida que sorte! Eu sempre achei ele um gostoso, e pra sair dois assim ele deve ser bom no que faz né?! – “Agora virou baixaria, não vou contar coisas particulares da Amélia pra essa invejosa.”

- Tenho que ir embora, o Rodolfo tá me esperando e vai ficar preocupado se eu me atrasar muito. Foi bom te ver de novo – “Isso, deixa ela com os pensamentos voando e imaginando se o Rodolfo é bom de cama”

- Ok, querida, foi muito bom te ver, sorte viu. – “Mais dois beijinhos e um abraço. Ei! Não aperta tanto o abraço, vai esmagar os bebês”

“Isso, vai embora Ana. Que sortuda essa Amélia: casada com o Rodolfo, dois bebês a caminho. E eu aqui, solteira, abatidinha e com uma barriguinha saliente. É, acho que vou pra casa tomar o vidrinho todo de comprimidos.”

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Te deixar ir

Sei que a maneira correta de fazer isso seria dizer tudo olhando em teus olhos, mas sei que as lágrimas que agora molham o papel e borram minhas letras tremulas embargariam minha voz, não me deixando falar e restando a você apenas algumas frases tortas e sem sentido. Provavelmente eu não teria coragem de deixar você ir olhando nesses teus olhos que enxergam através de mim, por isso, essa carta é o meio mais fácil, porém não menos doloroso, de te dizer adeus.

Se eu não te impedisse você ficaria, porque você é assim, todo abraço e colo de mãe, braços grandes e ombros largos para acolher e suportar todo o peso do mundo – do meu mundo. Mas sei que eu não sou teu alicerce quando você precisa. Eu sou areia movediça, fácil de afundar.

E eu quero aquele sorriso no rosto que você tinha quando te conheci, aquele brilho nos olhos, quero de novo você cantarolando baixinho. Não fui eu que trouxe tua tristeza, eu sei disso, mas não consegui ser toda tua felicidade, não soube traze o sol pros teus dias de chuva, não soube colorir teus pensamentos pretos e brancos, mesmo você me dando todos os lápis de cor.

Você foi meu mais lindo romance, e se hoje uso tantas metáforas pra explicar o quão bonita era a vida ao teu lado foi porque você me ensinou que nem tudo é racional. Eu quis tantas vezes colocar teus pés no chão, e até hoje não tinha me dado conta que você não sabe viver se não voar o mais alto que conseguir. Você quer alcançar as nuvens, e eu sempre fui mais feliz ficando em terra firme.

Ultimamente tenho nos sentido distante, por mais que você insista que não, porque você só quer o lado bom de tudo – eu tentei mudar isso, te chamando de ingênuo tantas vezes, mas não me escuta ok, continua assim porque essa é uma das tuas características mais lindas. Tentei te mudar, mas na verdade quem sempre precisou de uma mudança fui eu.

Hoje, enquanto te via dormir – coisa que sempre achei bobagem quando via nos filmes – percebi o quando eu te seguro, percebi que não consigo ser tudo pra você como você é pra mim. Lembro que te disse isso uma vez, e você respondeu que ninguém era tudo pra ninguém, sempre somos uma pequena parte de quem conhecemos, e seremos parte dessa pessoa mesmo quando não estivermos mais presentes. Espero que mesmo depois de ter partido você ainda guarde esse pedacinho meu contigo, porque você sempre será grande parte de mim.

Me falaram que me falta coragem pra lutar para que você fique ou pra te acompanhar seja onde for, mas eles não tem noção de quanta coragem tive de buscar pra te deixar ir. Você sempre quis correr o mundo, lutar por causas nobres, estender a mão a quem precisa, e eu não sei ser assim, nunca soube, e por mais que eu te entenda, por mais que a vontade de te ter comigo seja grande, não seria justo se eu te impedisse de ir atrás dos teus sonhos.

Eu quero que você seja feliz, e sei que isso não seria possível se você ficasse. Te quero tão feliz como eu fui, e como eu sou por ter tido você na minha vida.

Talvez em uma dessas cidades você encontre uma garota que tenha essa mesma vontade que você, que acompanhe teus passos e te ajude a trilhar o caminho, talvez encontre alguém que faça os teus olhos brilharem novamente daquele jeito bonito. Lamento muito não ter sido essa pessoa.

Precisava tanto te dizer isso, precisava te deixar ir com a certeza de que me deixa aqui completa e não em pedaços como um dia você me encontrou.

Não esperarei por você, mas quando voltar ainda nos encontraremos em algum café ou uma rua qualquer. Ainda serei companhia pra você quando quiser.

Te deixo livre pra seguir em frente, buscar um sentido completo pra tua vida, buscar aquele algo a mais que te faça rir sem medo.

Te amo hoje, e sempre

T.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Quanto vale o amor? Quanto vale a culpa e um pouquinho de atenção?


Em um mundo capitalista onde o dinheiro é supervalorizado é muito comum agregarmos valores monetários às coisas. Como canta Jessie J todo mundo tem um preço, e eu sempre me perguntei qual o meu.

Cresci aprendendo que devemos valorizar as pessoas pelo caráter e não pela quantidade de dinheiro que guardam no banco, que somos nossos pensamentos e ações, não a roupa que vestimos, e que possuir mais bens do que os demais não te faz melhor ou pior do que eles. Por isso, acredito que para a maioria da população em minha etiqueta viria escrito em letras de forma “PROMOÇÃO”, afinal, quando os produtos estão no fim entram em liquidação.

Não vou apelar para a hipocrisia, eu queria sim ter mais dinheiro, e quem não queria? Não precisar pensar duas vezes antes de comprar um item mais caro, viajar a cada ano para um lugar diferente, etc. Mas acredito que acima desse desejo de ter ainda me vale mais o desejo de ser.

Distorcemos nossos valores e passamos a pesar mais os bens materiais do que os espirituais, a felicidade não é mais medida pela quantidade de pessoas queridas que você tem em sua vida, mas sim pela quantidade de notinhas coloridas que você têm na carteira. Trabalhamos enlouquecidamente e sem prazer nenhum pensando apenas no contra-cheque do fim do mês. Somos parte de uma sociedade bitolada e movida por apenas uma coisa: o dinheiro.

Desaprendemos a dar valor às coisas simples e grátis da vida, somos levados a acreditar que sempre o mais caro é o melhor, e por isso um bom dia, um sorriso e um abraço que não custam nada são deixados sempre pra depois. Porque seremos gentis com as pessoas que estão ao nosso redor se isso não nos fará ter mais poder aquisitivo?

Depois nos perguntamos por que o mal do século é a depressão, mas não há sistema nervoso e mental que resista a um modo de vida tão vazio. Está na hora de abrirmos os olhos e percebermos que amor, atenção, carinho, afeto, caráter não se compram, vamos arrancar as etiquetas de nós mesmos e nos doarmos uns aos outros, a felicidade vem de graça, é só saber cultivá-la.

sábado, 20 de agosto de 2011

O cara certo

Eu disse que o cara certo tinha que me fazer sentir ciúmes, me enlouquecer tentando o encontrar nas minhas noites solitárias, e, o principal, me deixar sentir saudades de vez em quando.

Fala com todas as tuas amiguinhas, elogia elas perto de mim, combina aquele programa de seta-feira a noite que íamos fazer só nos dois com todas elas. Depois me da um beijo daqueles que só você sabe, fala no meu ouvido que elas te fazem rir, mas só eu te enlouqueço. Faz assim que eu te amo, e continuo odiando todas elas.

Diz pra mim mais uma vez que o telefone não funciona bem na sala ao lado, que a tua secretária eletrônica não sabe anotar os recados direito ou que sem querer meu numero sumiu da tua agenda. Diz tudo isso e aparece na terça-feira de chuva pra me fazer companhia sem que eu ligue antes.

Some por dias a fio, sem deixar rastro nem post-its ridículos colados na escrivaninha. Mas depois volta trazendo consigo todo esse sorriso que me derrete e esses olhos marotos que dizem saber que eu quase morri de saudade.

Parabéns, você já é o cara certo, agora é hora de parar.

Eu mereço, eu admito. Adorava esses joguinhos e sempre fui uma das melhores jogadoras. Joguei sujo com você, mas no fim quem perdeu fui eu. Chega desse de brincar de pega-pega, de correr atrás de ti mas sempre ser pega no final.

Diz com todas as letras e espaços que gosta de mim, esteja aqui quando eu precisar de ti e, por favor, não desapareça mais do meu radar. Para de brincar com o meu coração arrítmico, esquece tudo o que eu disse e seja o cara certo que você queria ser.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Entre páginas amarelas e letras recém impressas



Não sei definir um livro predileto, nem mesmo apenas um que tenha marcado minha vida, por isso os livros em destaque serão aqueles que despertaram meu interesse pro mundo da leitura, os primeiros que ficaram gravados em mim.

Minha história com os livros começou desde muito pequena, minha mãe os adora e me ensinou também a adorá-los. Cresci aprendendo que nos livros encontramos muito mais do que letras, encontramos novos mundos, novos aprendizados, e porque não, encontramos também companhia. Não me lembro da primeira história que ouvi, nem do primeiro livro que ganhei, mas quando penso em livros na minha infância um me salta a memória. Era um livro grande, colorido: uma coleção de histórias da Disney. Fiquei encantada. Com ele eu podia ler a história dos 101 dálmatas, Ariel, A Bela e a Fera, A Dama e o Vagabundo e tantas outras! Todos aqueles desenhos que eu via na televisão agora ficavam a cargo da minha própria imaginação através daquelas palavras – talvez esse seja o motivo de eu gostar mais dos livros do que das versões cinematográficas. Ele ficou por muito tempo ao lado da minha cama, afinal eu não podia ir dormir antes de ler algumas páginas dos personagens que povoavam o meu imaginário.

As histórias infantis depois de um tempo não tinham mais a mesma graça, então comecei a vasculhar os livros antigos da minha mãe, e eis que em meio a romances manjados eu encontro “O Morro dos Ventos Uivantes”, mas não se enganem, ele não passava nem perto da versão atual de capa moderna e folhas bonitinhas. É um livro de páginas amareladas, com a capa dura e totalmente preta, e o título escrito numa pseudo letra cursiva prata, que guardo até hoje na minha estante Tive que escutar diversas piadinhas dos meus primos, e quem diria dos meus tios, toda vez que eu pegava o dito livro tinha que ouvir: “isso Tay, evangeliza os teus primos, lê um pouco da Bíblia pra eles” – nada contra a leitura da Bíblia diga-se de passagem.

Depois disso não parei mais de ler.

Já me decepcionei com muitos livros, já abandonei tantos outros após algumas poucas páginas, mas também já me surpreendi. Com o passar do tempo aprendi a ser mais crítica, hoje já não é toda história de ação que me prende, nem todo ser de outro mundo que faz minha imaginação correr solta, e dos romances água com açúcar já desisti há algum tempo.

Apesar desse senso crítico, não aprendi a definir apenas um livro ou ator predileto, mas possuo os meus xodós – aqueles que eu não queria emprestar pra ninguém porque são meus e só meus (uma risada maquiavélica se encaixa aqui) – mas posso citar vários autores que me acompanharam nesses anos e que eu amo: Dan Brow, Markus Zusak, Stephen King, J. K. Rowling, Harlan Coben, Stieg Larsson.

No inicio do texto afirmei que não tinha apenas um livro que marcasse minha vida, e depois desse texto quase terminado acho que entendi por que. Eu sou feita de fases, e pra cada uma dessas fases eu encontro um livro ou personagem que se encaixa direitinho – acreditem se eu fosse escrever todos aqui esse texto ficaria muito extenso – por isso não consegui encontrar um apenas que me definisse ou se destacasse notoriamente. Por isso acho que a minha dica não é de um livro específico, mas indico pra vocês O livro, esse conjunto de paginas e letras que fazem nossa vida um pouco mais fácil e melhor, que estimula nossa imaginação, e porque não, nos fazem querer criar na vida real um pouquinho desse mundo de fantasia que encontramos neles.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Quero ser grande



"O que você vai ser quando crescer?"

Sorrio cada vez que escuto essa pergunta, lembro-me de todas as respostas que dei, algumas até um pouco ridículas, e de como quando a hora da escolha de verdade chegou eu me desviava dela respondendo apenas "grande". Quem nunca disse que queria ser astronauta, bailarina, professora ou até mesmo modelo - coisa que meu 1,64m de altura e meus 53kg não me permitiram ser - quem nunca sonhou com carreiras mirabolantes em que tudo era ação e aventura. Eu sempre me imaginei correndo o mundo, ou então sendo famosa e aparecendo na TV, hoje vejo que isso não tem nada a ver comigo.

Antes de fazer meu vestibular pesquisei em diversos sites, busquei eliminar tudo o que eu não queria no meu futuro, e acreditem, acabei escolhendo uma profissão que nunca me passou pela cabeça. Faz dois anos e meio que curso Engenharia Civil, já surtei diversas vezes por não conseguir me imaginar de capacete e coturno em uma obra mandando em pedreiros que provavelmente saberão mais do que eu no início como as coisas funcionam na prática, mas em todas as vezes que enlouqueci não consegui me encontrar fazendo qualquer outra coisa. É verdade que amo de mais as letras, mas escrever pra mim é uma distração, minha válvula de escape, e por isso acredito que não iria dar certo usar mais palavras ao invés de números na minha futura profissão.

Tudo é muito confuso, foi difícil escolher o que eu faria Pelo resto da minha vida... - sim, eu já falei disso aqui no blog, e por isso segue o link - mas acredito que seguindo a nossa intuição tudo se ajeita. O importante no fim é você conseguir se encontrar, fazer algo que além de lucro te dê satisfação, pois trabalhar em algo que te dê prazer não tem preço.

Hoje, enquanto faço mais um projeto de esgoto, calculo a estrutura de um prédio ou vejo o raio que a curva de uma estrada deve ter eu só penso que no futuro o que eu quero mesmo é ser grande, ou melhor, uma grande engenheira.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Meu anjo


Abro a janela e ela vem voando devagar, traça um caminho no ar e pousa de leve ao lado do meu travesseiro. Uma vez li em um livro que quando uma pluma aparece é porque um anjo passou por aqui. Sorrio. Meu anjo veio me visitar.

A brisa que entra pela janela e me envolve é como um abraço, o teu abraço. Porque eu sei que meu anjo é você.

Algo aqui dentro de mim se aquece, e eu sorrio mais uma vez, ao mesmo tempo em que as lágrimas correm lentamente pelo meu rosto. Posso até sentir teu perfume e lembrar de cada ruguinha do seu rosto. Dou um oi baixinho e digo o quanto sinto saudades. Te imagino sorrindo e dizendo que está sempre olhando por mim, não importa onde esteja. Mas queria mais do que uma pluma pra me lembrar disso, queria mais do que o vento me abraçando. Queria mais uma vez sentir teu cabelo fininho e teus braços em torno de mim.

Sei que isso não é possível, por isso recolho com todo cuidado a pluma e a guardo, como se pudesse te carregar comigo. É um pedaço de ti, a tua forma mais pura, antes escondida sob uma forma humana. Você é meu anjo, e por mais que a saudade doa, eu sei que você vai estar sempre aqui, eu sei que não importa o quanto o tempo passe, você estará sempre olhando por mim.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Um café e um amor, quentes por favor



 
Na estação mais fria do ano há quem diga que tudo é mais gelado, até os romances. Mas as pessoas tendem a se enganar.
Entre os amores alucinantes e passageiros de verão e os diversos amores imperfeitos que brotam a cada primavera, é preferível os sentimentos do inverno.
Sim, aqueles amores capazes de esquentar até mesmo os pés e corações mais gelados.
Essas paixões abaixo de zero são aquelas que compartilham não só os momentos bons e ruins, mas também o cobertor. E entre uma xícara e outra de chocolate quente com marshmelow, você se aquece com um novo amor. O calor do toque do outro esquenta mais que o ar condicionado, e não há como negar que um abraço vale mais que mil casacos.
A chuva caindo de leve na janela arranca suspiros, as pegadas sobre a grama coberta pela geada não estão mais sozinhas, a pipoca repartida no cinema nunca foi tão gostosa e sentar a frente da lareira não é mais tão solitário. O ventinho frio e as mãos geladas procurando por outras para se aquecerem são fontes de inspiração para os melhores romances.
Os fãs das estações quentes e seus sentimentos calorosos tentam negar, afirmam que nada se compara ao ritmo descontraído e alucinado que o sol tende a dar a tudo, ou até mesmo que não há mais romantismo do que a vida florescendo.
Mas sugiro, a próxima vez que forem a mercearia peçam pelo menos uma vez as duas melhores coisas desse inverno: “um café e um amor, quentes por favor.”




Este texto faz parte da tag "De Quinze em quinze" do blog depoisdosquinze.com

sexta-feira, 1 de julho de 2011

About a boy

Hoje me peguei sentindo falta de ti. Foi quando surgiu Nirvana tocando baixinho, e com ela uma enxurrada de lembranças. Deu saudade do teu humor sem graça, da tua falta de jeito pra me beijar, de ti me esperando até tarde só pra dar um oi.

Enquanto Kurt canta sobre uma garota, eu lembro de você tocando guitarra pela webcam e de como desejei você aqui. Como foi estranho nosso começo, meus comentários ridículos pelo Orkut porque eu não sabia o que dizer, as conversas de madrugada pelo MSN, e a expectativa de te encontrar no mundo real. Mais ridículo ainda nosso fim, essa minha insegurança que me faz correr quando vejo uma oportunidade de ser um pouquinho mais feliz. Você chegou perto o suficiente, e então eu fugi.

Ainda espero o celular tocar de madrugada pra ouvir tua musica preferida do Paul Mccartney, te procuro pelos corredores pra fazer de conta que te encontrei por acaso e ainda sorrio boba quando lembro que você gostou de mim. É essa minha ilusão de que eu posso voltar e você vai estar ali, com aquele sorriso irônico enquanto me chama no diminutivo, e dizendo que estava esperando por mim.

sábado, 7 de maio de 2011

Ela


Eu sou estranha, isso é fato. Quando brigam comigo eu me calo, tenho esse jeito de quem não tá nem ai pra ninguém, muitas vezes não enchergo o que é preciso fazer, brigo como gato e rato com a minha irmã como se tivéssemos a mesma idade - e ela á mais nova. Tem dias em que mesmo sendo a pessoa mais calma, eu enlouqueço. Mas mesmo assim ela sempre está ali.
Não importa o quão louca eu pareça ser, ela me entende. Não adianta tentar esconder quando estou triste, porque ela me conhece. Faço tudo errado e mesmo assim ela me perdoa.
Parece meio clichê, mas ela é meu porto seguro, é pra ela que eu corro quando tudo está ruim, é dela que escuto os melhores conselhos.
Ela sabe dos meus amores, e ainda mais dos desamores, rimos das coisas mais absurdas, temos brincadeiras que só a gente entende. Ela faz a melhor lasanha da face da terra e o melhor chocolate-quente também.
Ela tem os seus problemas, afinal a vida não são só flores, ela também enlouquece - e quando isso acontece é melhor não estar por perto - ela também cai, se machuca, e quando a saudade aperta ela se desespera, afinal, apesar de ser minha heroína, ela é humana. Mas ela carrega uma força dentro dela que faz com que ela levante a cabeça e siga em frente.
Ela é minha inspiração, e apesar de às vezes achar que é a pior mãe do mundo, eu sei que ela é a melhor, e sei também que se um dia eu conseguir ser metade do que ela é hoje, eu já vou ser boa.
Mais do que mãe e filha, somos amigas. Ela sabe que eu estou pronta pra segurá-la quando ela for cair - às vezes isso é literal - e que o espaço que ela ocupa no meu coração é enorme.
Nunca consigo achar palavras suficientes para descrevê-la, e esse é mais um texto que não faz juz a tudo que eu sinto. Mas nesse final de semana dedicado à ela, seria impossível deixar de vir aqui escrever algumas palavrinhas sobre esse anjo que Deus colocou no meu caminho em forma de mãe.
Acho que por mais que eu tente encontrar palavras, só bastam duas para explicar a ela tudo isso: Te amo.

domingo, 24 de abril de 2011

Te esperar

Tarde da noite e eu ainda estou aqui. Olhos vidrados, ouvidos atentos. Esperando pacientemente que você decida entrar por aquela porta e fazer tudo ter sentido outra vez.
Ainda faltam algumas horas pra que você finalmente se dê conta de que já é tarde demais, que as crianças já dormiram, os mercados já fecharam e as poucas pessoas pela rua já procuram por abrigo. Mas você sabe que aqui nunca é tarde.
Enquanto ela dorme você levanta de fininho, da mais um beijo no garoto que dorme no quarto ao lado e abre a porta silenciosamente. O carro mal é visto quando sai da garagem - o porteiro nesses momentos é cego. As ruas estão vazias e você sorri já imaginando o que lhe espera.
Olho mais uma vez a porta fechada, em minha mente visualizo nossa briga: eu grito que não quero mais você aqui, você insiste, diz que me ama que não vai embora, mas eu te expulso do meu quarto, da minha casa, da minha vida. Te mando embora e durmo tranquila. Um sorriso pequeno surge em meus lábios, mas logo volto a roer as unhas pois lembro que você ainda não chegou.
A porta se abre, você surge pedindo desculpas pelo vinho que não trouxe, e eu digo que não importa. Com o coração aos pulos eu me agarro em você, enquanto sua mão corre lentamente pelo meu corpo. Um sussurro baixo no meu ouvido e depois estamos juntos em minha cama.
Os minutos passam, eu sorrio sozinha enquanto você me olha serio. Diz que não pode continuar assim, que eu não devia ter esperanças. Não vai durar para sempre. Mas ao mesmo tempo passa a mão de leve nos meus cabelos e beija delicadamente meu pescoço. Eu finjo que sei de tudo isso, que eu não me importo de nao te ter aqui.
"Amanha você volta, não volta?" Uma criança manhosa pedindo o presente que tanto quer. Você sorri e diz que não sabe, mas no fundo sabe que sempre volta.
Vejo o carro da janela, os farois se afastando. Fecho os olhos ainda sentindo teu cheiro aqui comigo.
Você segue pra sua vida, e eu continuo aqui, esperando que você volte para completar a minha.


ps: O título ficou uma catástrofe, mas eu não sabia o que colocar (na verdade eu nunca sei)

domingo, 3 de abril de 2011

Abra a felicidade

"Para cada pessoa dizendo que tudo vai piorar, 100 casais planejam ter filhos. Para cada corrupto existem 8 mil doadores de sangue. Enquanto alguns destroem o meio ambiente, 98% das latinhas são recicladas no Brasil. Para cada tanque fabricado no mundo são feitos 131 mil bichinhos de pelúcia. Na internet AMOR tem mais resultados do que medo. Para cada arma que se vende no mundo, 20 mil pessoas compartilham uma Coca-Cola. Existem razões para acreditar: os bons são maioria!"


Quando vi a propaganda da coca-cola pela primeira vez não pude deixar de sorrir. A idéia de comparar as coisas ruins desse nosso mundo com as coisas boas que existem nele foi brilhante, e acendeu uma centelha de esperança em mim.

Cresci ouvindo histórias onde reconhecíamos o mal na bruxa com uma berruga na ponta do nariz e a bondade no lindo príncipe e na princesa. Quando crescemos vimos que não é tão fácil assim fazer essa distinção.

A maldade está estampada em todos os jornais, nas cenas da TV, na nossa vizinhança. Está nas guerras, nas crianças que passam fome, nos assassinatos cruéis, na miséria em que milhares de pessoas vivem em nosso país, na Amazônia desaparecendo. A maldade esta em cada papel de bala que jogamos na rua, em cada ajuda que recusamos a uma pessoa menos favorecida, a cada gesto impensado que achamos que “não vai dar em nada”. A maldade está à nossa volta, está dentro de cada um de nós.

Porém, como ouvi uma vez em um conto infantil, temos dois lobos dentro de nós, um bom e um ruim, e nem todos deixam o lobo ruim vencer. Ainda existe o bem, e se olharmos com atenção poderemos enxergá-lo.

A bondade ainda está nos milhares de doações aos desabrigados pelas enchentes, nas ONGs que ajudam mais e mais pessoas. Está nas grandes companhias que buscam uma maneira sustentável de produzir, nas usinas de reciclagem que cada vez tem mais trabalho. Está nos pequenos gestos, no oferecer um prato de comida a quem tem fome, um abraço a quem precisa de carinho. Ainda há bondade à nossa volta, ainda há bondade dentro de nós.

Seria muito bom se pudéssemos extinguir a maldade do nosso mundo, expulsar daqui as pessoas que se recusam a fazer o bem, mas infelizmente um mundo onde a bondade impera não passa de utopia. Ainda haverá guerras por mera discordância de opiniões ou ganância, ainda haverá poluição pelas pessoas que não se preocupam com o futuro, ainda haverá fome devido às diferenças sociais, mas eu preciso acreditar que há salvação para o nosso mundo, ainda preciso acreditar que nossa situação pode mudar. Ainda preciso acreditar na humanidade.

Ninguém consegue ser bom sempre, afinal somos seres imperfeitos, erramos o tempo todo, mas tentar praticar a bondade todos os dias não é algo impossível. Um mundo melhor depende de cada um de nós, e tentar buscar por ele, mesmo que seja em pequenas porções, é um esforço válido.

E quem sabe um dia, num futuro não muito distante eu espero, possam ser 7 bilhões pessoas compartilhando uma coca-cola.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Vértices de um triângulo

Faz tempo que não te escrevo, mas hoje mais do que nunca precisava de você. Precisava do teu colo, teus conselhos, porque já não sei o que fazer. Por isso decidi colocar no papel as palavras que não posso te dizer pessoalmente, essas que estão me incomodando tanto.

Lembra que sempre ríamos dos filmes de romance? Daqueles triângulos amorosos sem sentido, onde para nós, meras expectadoras, era tão facil decidir qual dos garotos era o melhor? Pois é, na vida real as coisas não são tão engraçadas e tão fáceis assim.

Sei que o primeiro conselho que você me daria seria analizar as características de cada um e então ver com qual me identifico mais, mas é justamente aí que está meu problema. Foi o jeito diferente, cada mínimo detalhezinho de cada personalidade que me encantou.

Adoro o jeito timido de um, de não saber o que fazer quando me tem, e adoro o jeito desencanado do outro de saber exatamente o que tem que fazer pra me ganhar. Um pula e canta alto comigo pra todo mundo ouvir, o outro toca no violão e canta baixinho só pra mim. Um me passa a segurança que eu tanto procurei, o outro me dá liberdade e me faz sentir viva. Me perco nos mistérios dos olhos escuros de um, e me afogo na tranquilidade dos olhos claros do outro. Ambos tem aquele sorriso que me faz pensar que a vida pode ser melhor, no abraço de ambos eu encontro meu lugar.

Li uma vez uma frase do Johnny Depp que era mais ou menos assim: "se você acha que ama duas pessoas ao mesmo tempo, escolha a segunda. Porque se você realmente amasse a primeira, não teria uma segunda opção". Faz todo sentido não faz? Mas eu não sei quem entrou primeiro na minha vida, cada um foi conquistando um pedacinho de mim, e estao os dois tão enrolados aqui dentro que eu já não sei mais como tirar um deles do meu coração e do meu pensamento.

Os dois sabem o que eu sinto, e por isso ontem um deles disse que não queria me obrigar a escolher, mas que não conseguia mais continuar assim, não queria ser apenas um vértice desse meu triângulo amoroso.

Há tempo sei que não é justo com nenhum dos dois, mas vim adiando essa decisão porque sei que não há como sair dessa situação sem feridos. Vou acabar machucando um deles, ou ambos, e a mim, porque sei que não há nenhuma maneira de sair ilesa dessa história.

Meu senso lógico - sim, você sempre reclamou que eu sempre fui lógica de mais - antes funcionava, mas agora não consigo mais pensar racionalmente, essa confusão de sentimentos não deixa espaço para a razão.

Não espero que você me dê a resposta ou uma solução simples, mas precisava te escrever.


Sinto sua falta



T.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Procura-se uma música


Coloco os fones e sigo em busca da canção ideal.

Comecemos pelo ritmo. Poderia ser um axé que faz a galera pular. Um punk com batidas fortes e moicanos coloridos. Ou uma valsa leve para embalar os corações.

Complicado escolher. Passemos para a letra. Poderia ser uma que contasse uma linda historia de amor. Uma com mensagens de paz ao mundo todo. Ou então uma que denunciasse essa nossa política suja.

Nessa miscelânea de possibilidades não consigo encontrar a certa.

O que eu queria mesmo era uma música que unisse todas as tribos, todos os ritmos, que fizesse o mundo inteiro cantar em uma só voz. Não haveria apenas uma banda para interpretá-la. Teria que ter força e suavidade ao mesmo tempo. Que trouxesse consigo todos os amores, dores e saudades, todos os sorrisos e momentos bons, que fizesse com que o ser humano tomasse consciência de si mesmo e do nosso planeta, que abrisse os olhos de todos ao que acontece a nossa volta. Que conseguisse transmitir a nossa essência, que embalasse nossos momentos tristes e felizes, que fizesse sorrir ao ser tocada no rádio, que lembrasse da pessoa especial, que fizesse ver o mundo de uma maneira melhor. Uma que arrepiasse, encantasse e fizesse o coração bater mais forte, daquelas que dá vontade de cantar em alto e bom som pra que todos ouçam.

Queria tanto e todos em uma música só que não seria possível. Colocar nossas vidas em apenas uma letra e melodia seria pedir demais a qualquer compositor.

Tiro os fones de ouvido e escuto uma coisa na qual não havia prestado atenção. Essa música existe, é só parar pra ouvir: o samba que seu coração toca nas noites de festa com os amigos, o punk que acontece no seu peito antes do primeiro beijo, a valsa que o embala lentamente quando você está com pessoas especiais, o emocore que ele toca nas noites em que você chora abraçada no travesseiro, o happyrock que acontece quando você acorda e vê que o sol está lindo lá fora.

Essa mistura de ritmos nos compõe, embala nossos momentos, e dá sentido a eles. Sem música, a vida não teria a menor graça.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Pra guardar dentro dela...


Fechou os olhos, assim de repente, como se quisesse guardar a cena para sempre. Cada som, cada cheiro, cada mínimo toque. Eternizar dentro dela. Cada mínimo segundinho.

Os dedos dele enroscando de leve em seu cabelo, o vento colando a camisa dele junto ao corpo não tão definido, os olhos cor de mel que se fixavam nos dela, o riso ridículo que a fazia rir também, o cheiro da pele dele perto da sua, a voz dele sussurrando uma musica qualquer no seu ouvido.

Esses momentos ela guardou. Por isso fechou os olhos.

Não queria vê-lo indo embora, não guardaria a calma no rosto dele, as palavras que ele disse em alto e bom som, o cheiro da loção pós barba que tanto odiava, o cabelo dele molhando por causa da chuva, o som da porta batendo, o carro se afastando, ele indo embora para não mais voltar.

Preferia as lembranças boas, quando ela tinha certeza que ele a amava. Então fechou os olhos, selecionando as imagens que ficariam em sua mente e evitando as que não queria lembrar. Abriu os olhos e ficou ali, olhando a chuva que caia sem parar, sentindo o cheiro da terra molhada e se preparando para as novas lembranças que precisava arrumar.







ps: sou péssima em títulos, e esse é mais uma prova disso.
ps 2: me avisem se a letra do blog ficou estranha, porque aqui no meu pc ela varia de normal pra algo muito estranho dependendo de como a página carrega (paoksoakspokas sim, meu pc é louco)

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Um dia só pra nós


      - E você lembra aquela vez que a gente jogou a aranha de borracha na vizinha? Nossa! Ela saiu gritando e se sacudindo como uma louca!
      - Claro que eu lembro - disse ela rindo - Ela ficou muito braba! Ficamos uma semana de castigo, mas valeu a pena. - Ela dá mais uma boa gargalhada enquanto ele sorri também.
      Os dois recordam mais algumas peripércias do passado, enquanto seguram as mãos um do outro.
      - Era tão bom ser criança! Estávamos sempre juntos...
      - Ainda estamos juntos, eu disse pra você, não importa o quão longe nossas cidades são, eu estou sempre com você.
      - Eu sei mano - ele sorri, sempre achou fofo como ela podia de uma hora pra outra voltar a ser apenas uma garotinha - mas sinto uma saudade imensa de você!
      Ela agora está séria, os olhos pedintes que ele tanto conhece, e um sinal do biquinho que ela sempre fazia quando queria convencê-lo de alguma coisa começou a surgir em sua face.
      - Não tente fazer isso de novo! Você nunca vai parar com essa mania de fazer essa carinha de quem quer colo que sempre me convence de tudo?
      Ela sorri, enquanto ele dá um tapinha de leve nela.
      - Não enquanto ela funcionar!
      - Você sabe que eu tenho que ir embora, tenho uma reunião importante na segunda, e não posso perder o voo de amanhã.
      - Tudo bem, eu entendo. Já sou uma mocinha grande. - E ele não esconde o sorriso, e pensa consigo que ela vai ser sempre a sua menininha, não importa o quanto cresca.
      Os dois voltam a se dar novamente as mãos, deitados ali, olhando o céu, perdidos cada um em seu próprio pensamento.
      - Esse lugar me tras muitas lembranças...
      - Eu sei, é por isso que toda vez que eu volto a gente vem aqui. Foi aqui que a gente brincava com a mamãe, e foi ali que eu tentei te ensinar a andar de bicicleta, você quase caiu no lago! Foi muito engraçado!
      - Eu não achei graça nenhuma. - e ela faz cara de ofendida - Mas esse parque realmente me faz bem, estar com você aqui me faz bem. Me acalma, é como se nada de ruim pudesse acontecer enquanto nós estamos aqui.
      - Eu entendo, sinto a mesma coisa.
      Os dois permanecem ali, mãos e corações unidos. Vão ficar assim até o fim da tarde, olhando o sol sumir aos pouquinhos no horizonte como fazem todo ano. Ambos sabem que não importa o quando a distância atrapalhe, o quanto a saudade incomode, ano que vem eles estarão ali, juntos de novo, num dia que eles reservaram só pra eles.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Sobre amores não correspondidos



      - Meu cupido só pode usar drogas!

      - Não fala assim garota, ele só não sabe mirar muito bem!

      E as duas caem na risada.
      Assim fica mais fácil encarar não é mesmo? Vamos colocar a culpa nesses cupidos que não flecham duas pessoas ao mesmo tempo e acertam apenas uma, culpa dessas flechas paraguaias que eles devem usar!  Vamos rir da situação, afinal, já houveram lágrimas suficientes.
      Ela olha mais uma vez a foto na tela do computador enquanto a amiga a abraça. Ele com aquele sorriso perfeito, o cabelo despenteado e aquela camisa xadrez que ela tanto gosta, ela consegue até imaginar o perfume que ele está usando! Mas não é ela que está sorrindo imóvel ao lado dele. A garota loira que ele enlaça pela cintura não é nem parecida com ela.

      - Vale a pena lutar por ele?

      Ela pergunta com os olhos suplicantes.

      - Mais do que você já lutou? Não vale a pena continuar insistindo em algo que você sabe que não vai dar certo. Sempre é valido lutar por um amor, mas a gente tem que saber a hora de parar, antes que se machuque de mais. E eu não quero te ver machucada!

      As lágrimas correm soltas agora pelo seu rosto. Ela sabe que já lutou, já usou todas as armas que tinha e as que não tinha, e mesmo assim, ele não correspondeu ao sentimento. Ela desliga o computador, resolvida a deixá-lo para trás, a deixar uma parte dela para trás.

      - É o melhor a se fazer não é? Eu mereço alguém que me ame de verdade né?

      - Merece sim amiga, de preferência um “moreno, alto, bonito e sensual”, mas enquanto ele não aparece, vou te deixar comer só mais um chocolate!

      As risadas duram um pouco mais agora.
     Ainda dói, ainda há uma parte nela que quer pegar o telefone e se declarar de novo, que quer continuar a olhar fotos e mais fotos imaginando que um dia ele será dela, ainda há uma parte que o deseja – e o ama - mais que tudo.
      Mas no fundo ela sabe que vai passar, a mão que segura a dela e o sorriso que ela vê no rosto da amiga dão força para que ela acredite nisso. Há mais peixes no oceano, há um mundo repleto de oportunidades, e ela sabe que um dia o cara certo vai aparecer.
      Um amor só se cura com outro. Ela sabe que pode demorar, mas um novo amor sempre surge, e ela espera que dessa vez ele seja correspondido.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Questionário

Recebi esse questionário da Cecília, do blog Ela por ela mesma


PERFIL

Nome: Taynan C. P.
Idade: 18 anos
Aniversário: 31/08
Emprego: estagiando
Estado Civil: solteira
Onde vive (casa ou apartamento): Casa
Irmãos: 1
Animais: Minha irmã tem dois peixes (o Theodor e o Alvin)
Fuma: Não
Bebe: Ás vezes

APARÊNCIA
Piercings: Não
Tatuagens: Não, mas ainda quero fazer uma
Aparelho nos dentes: Não mais
Roupas: jeans e blusa, mas é relativo com o meu humor e com o clima.
olhos: castanho
Cor do Cabelo: castanho (no momento meio avermelhado hihi)

FAVORITOS
Cor: Preto
Número: 9
Animal: Cachorro
Flor: Tulipa
Comida: pizza e lazanha da mamãe
Sabor de Sorvete: Chocolate branco
Doce: chocolate (sou viciada)
Bebida Alcoólica: Ice
Tipo de música: sou totalmente eclética
Banda/artista: Tenho que escolher uma só?
Música: Seu Lugar - Seu Cuca
Livro: A menina que roubava livros/Eu sou o mensageiro
Filme: Diário de uma paixão
Programa de TV: Seriados em geral
Melhor amigo(a): Minha mãe
Dia da Semana: Sexta-feira
Esporte: Vôlei

VIDA AMOROSA
eu não tenho uma
Nome da Pessoa Amada:
Estão juntos há quanto tempo:
E de casados, há quanto tempo:
Local em que se conheceram:
Foi amor à primeira vista?
Quem deu o primeiro passo?
Já te deu flores:
A coisa mais doce que ele te deu:
Um sonho de vocês dois: .
Uma curiosidade do casal:
Quem tem mais ciúme?
Ele se dá bem com a sua família?
E você com a dele?

OUTROS
Sabe dirigir? Não muito bem, mas já e aventurei atras de um volante
Tem carro/ moto? Não.
Fala outra língua? Não, mas a gente se vira se precisar.
Coleciona algo? Não mais.
Fala sozinha? Na maior parte do tempo (haha, eu sou louca)
Se arrepende de alguma coisa? Sim, não só de uma
Religião: Católica
Confia nas pessoas facilmente? Não.
Perdoa facilmente: Isso é muito relativo, eu perdoo, mas não esqueço nunca.
Se dá bem com os teus pais? Sim
Desejo antes de morrer: Viajar o mundo todo
Maior medo: Ser sozinha
Maior fraqueza: Ser muito racional
Toca algum instrumento? Não =\
ALGUMA VEZ...
Escreveu alguma poesia? Sim
Cantou em público? Sim
Fez alguma performance em palco? Sim
Andou de Patins? Sim, e cai bastante também.
Teve alguma experiência que quase morreu? Não.
Sorriu sem razão? Faço isso o tempo todo
Riu tanto que chorou? iii, muitas vezes.
Como você está se sentindo hoje: Morrendo de calor
O que te faz feliz: Ah, uma musica boa tocando, pessoas que eu gosto por perto, um bom livro. é fácil me fazer feliz. :D
Com que roupa está agora? De short e regata
Cabelo: indefinido, ele não decidiu o que quer ser.
Brincos? faz tempinho q não uso
Algo que você faça muito: ouvir musica
Conhece alguém que faça aniversário no mesmo dia que você? Sim.
Está confortável com o teu peso: Mais ou menos, ficaria um pouco mais feliz com uns quilinhos a menos.
ACABE A FRASE:
Gostaria de ser... menso receosa com as pessoas.
Eu desejo... que as pessoas sejam mais solidárias uma com as outras.
Muitas pessoas não sabem... mas as pessoas que amamos muitas vezes saem de nossas vidas de repente, então devemos dizer o quanto gostamos delas anets que seja tarde.
Eu sou... muito confusa e totalmete na minha, pareço meio chata, mas no fundo eu sou legal. (y)
O meu coração é... completamente louco, indeciso e não colabora com nada que eu peço. apsokpoaks

E o questionário pode ser respondido pelas pessoas que comentarem nessa postagem. (:

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

The time


Fotos espalhadas pela cama, cartas jogadas em um canto qualquer do quarto.

O tempo passa, e ela sabe disso.

Os olhos agora marejados contemplam a janela sem ver. A chuva cai lá fora, como as lágrimas que caem agora pelo seu rosto.

O tempo passa, mas esse vazio não passa com ele.

Quantas brigas mal resolvidas, quantas pessoas que foram embora e nunca mais voltaram, quantos sorrisos perdidos, quantas lembranças guardadas aqui.

Como disse uma vez Martha Medeiros, o tempo não cura nada, apenas tira o incurável do centro das atenções. Apenas cicatriza superficialmente as feridas abertas, e ninguém disse que velhas cicatrizes não voltam a incomodar.

Elas ainda doem quando a gente sente aquele cheiro, volta aos mesmos lugares, remexe as gavetas. Ainda queremos arrancá-las do nosso peito quando o trecho daquela música começa a tocar no rádio, quando folheamos os álbuns antigos, e a dor volta a ser sentida.

O tempo não é um aliado, e a garota sentada na cama agora sabe disso. O tempo corre, voa, sem esperar para que você levante depois daquele tombo, sem voltar e trazer consigo quem partiu. O jeito é aprender a lidar com suas próprias dores, sua própria história e deixar que o tempo passe assim, indiferente.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Traições

Quem nunca traiu ou foi traido levanta a mão! Acredito que pouquissímas mãos estão levantadas ai do doutro lado da tela. Um amigo uma vez me disse que todos nós seremos um dia traidos ou traidores - ou os dois - eu custei a acreditar, mas um dia aconteceu.
Meu caso não foi amoroso, foi com uma amiga. É triste ver anos de amizade serem jogadas fora, você perde a confiança, perde o respeito, perde tudo o que foi construido com muito carinho - pelo menos de uma das partes. Vou simplificar, ela falava mal de mim e da minha família, espalhava os segredos que eu compartilhava com ela e paquerou o garoto que sabia que eu gostava. Quando um amigo veio me contar eu me recusei a acreditar, afinal ela era minha amiga e não faria isso comigo, mas depois de um tempo foi impossível não perceber.
Ser traída dói. Ter sua confiaça rasgada e jogada ao léu machuca. Perceber o quanto você foi cega é pior ainda.
Sempre fui o tipo de garota que jurava que nunca perdoaria uma traição, mas perdoei.
Logicamente ela não é mais a pessoa com quem eu desabafo, com quem troco confidencias e convido para vir na minha casa, mas hoje consigo conviver bem com ela e até me divirto na sua companhia. Ela pediu desculpas, eu aceitei. Perdoar fez bem pra mim, mas toda vez que a olho ainda lembro de todas as coisas que ela disse. Perdoar é possível, esquecer não.
Mas o que mais me intriga são as razões pelas quais as pessoas traem. Escutei de diversas pessoas que o motivo pelo qual "minha amiga" fazia essas coisas era inveja, um motivo meio vazio.
Dando outro exemplo, após escutar inúmeras histórias de garotas com as quais meu amigo traia a namorada, perguntei a ele porque não deixava a menina em paz e ia então aproveitar a vida, e ele me respondeu que era porque ele a amava, foi a unica menina que ele amou. Então porque trair? perguntei eu ingenuamente, e ele me respondeu fria e deicididamente: "porque eu precisava saber que eu ainda era capaz de ficar com outra garota, e porque é fácil, ela descobre mas nunca me deixa".
Não é necessário dizer que a resposta dele me deixou com o queixo caído, e que depois de alguns meses a menina cansou de "descobrir e não se importar" e decidiu terminar a relação de uma vez por todas.
Por mais que eu me esforce para entender, não encontro motivos plausíveis que justifiquem uma traição, seja ela vinda de um amigo ou de um romance.
Por outro lado, posso não acreditar em nenhum motivo que me disserem, mas acredito que o arrependimento que vem junto com algumas "desculpas furadas" pode sim se verdadeiro, e acredito que tentar "dar o troco da mesma moeda" é o pior erro que podemos cometer depois de uma traição, ao meu ver, é pior que a traição em sí.
Todos nós erramos, é isso que nos faz humanos, e por isso defendo que, na maioria das vezes, é valido dar uma segunda chance.