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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Quanto vale o amor? Quanto vale a culpa e um pouquinho de atenção?


Em um mundo capitalista onde o dinheiro é supervalorizado é muito comum agregarmos valores monetários às coisas. Como canta Jessie J todo mundo tem um preço, e eu sempre me perguntei qual o meu.

Cresci aprendendo que devemos valorizar as pessoas pelo caráter e não pela quantidade de dinheiro que guardam no banco, que somos nossos pensamentos e ações, não a roupa que vestimos, e que possuir mais bens do que os demais não te faz melhor ou pior do que eles. Por isso, acredito que para a maioria da população em minha etiqueta viria escrito em letras de forma “PROMOÇÃO”, afinal, quando os produtos estão no fim entram em liquidação.

Não vou apelar para a hipocrisia, eu queria sim ter mais dinheiro, e quem não queria? Não precisar pensar duas vezes antes de comprar um item mais caro, viajar a cada ano para um lugar diferente, etc. Mas acredito que acima desse desejo de ter ainda me vale mais o desejo de ser.

Distorcemos nossos valores e passamos a pesar mais os bens materiais do que os espirituais, a felicidade não é mais medida pela quantidade de pessoas queridas que você tem em sua vida, mas sim pela quantidade de notinhas coloridas que você têm na carteira. Trabalhamos enlouquecidamente e sem prazer nenhum pensando apenas no contra-cheque do fim do mês. Somos parte de uma sociedade bitolada e movida por apenas uma coisa: o dinheiro.

Desaprendemos a dar valor às coisas simples e grátis da vida, somos levados a acreditar que sempre o mais caro é o melhor, e por isso um bom dia, um sorriso e um abraço que não custam nada são deixados sempre pra depois. Porque seremos gentis com as pessoas que estão ao nosso redor se isso não nos fará ter mais poder aquisitivo?

Depois nos perguntamos por que o mal do século é a depressão, mas não há sistema nervoso e mental que resista a um modo de vida tão vazio. Está na hora de abrirmos os olhos e percebermos que amor, atenção, carinho, afeto, caráter não se compram, vamos arrancar as etiquetas de nós mesmos e nos doarmos uns aos outros, a felicidade vem de graça, é só saber cultivá-la.

sábado, 20 de agosto de 2011

O cara certo

Eu disse que o cara certo tinha que me fazer sentir ciúmes, me enlouquecer tentando o encontrar nas minhas noites solitárias, e, o principal, me deixar sentir saudades de vez em quando.

Fala com todas as tuas amiguinhas, elogia elas perto de mim, combina aquele programa de seta-feira a noite que íamos fazer só nos dois com todas elas. Depois me da um beijo daqueles que só você sabe, fala no meu ouvido que elas te fazem rir, mas só eu te enlouqueço. Faz assim que eu te amo, e continuo odiando todas elas.

Diz pra mim mais uma vez que o telefone não funciona bem na sala ao lado, que a tua secretária eletrônica não sabe anotar os recados direito ou que sem querer meu numero sumiu da tua agenda. Diz tudo isso e aparece na terça-feira de chuva pra me fazer companhia sem que eu ligue antes.

Some por dias a fio, sem deixar rastro nem post-its ridículos colados na escrivaninha. Mas depois volta trazendo consigo todo esse sorriso que me derrete e esses olhos marotos que dizem saber que eu quase morri de saudade.

Parabéns, você já é o cara certo, agora é hora de parar.

Eu mereço, eu admito. Adorava esses joguinhos e sempre fui uma das melhores jogadoras. Joguei sujo com você, mas no fim quem perdeu fui eu. Chega desse de brincar de pega-pega, de correr atrás de ti mas sempre ser pega no final.

Diz com todas as letras e espaços que gosta de mim, esteja aqui quando eu precisar de ti e, por favor, não desapareça mais do meu radar. Para de brincar com o meu coração arrítmico, esquece tudo o que eu disse e seja o cara certo que você queria ser.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Entre páginas amarelas e letras recém impressas



Não sei definir um livro predileto, nem mesmo apenas um que tenha marcado minha vida, por isso os livros em destaque serão aqueles que despertaram meu interesse pro mundo da leitura, os primeiros que ficaram gravados em mim.

Minha história com os livros começou desde muito pequena, minha mãe os adora e me ensinou também a adorá-los. Cresci aprendendo que nos livros encontramos muito mais do que letras, encontramos novos mundos, novos aprendizados, e porque não, encontramos também companhia. Não me lembro da primeira história que ouvi, nem do primeiro livro que ganhei, mas quando penso em livros na minha infância um me salta a memória. Era um livro grande, colorido: uma coleção de histórias da Disney. Fiquei encantada. Com ele eu podia ler a história dos 101 dálmatas, Ariel, A Bela e a Fera, A Dama e o Vagabundo e tantas outras! Todos aqueles desenhos que eu via na televisão agora ficavam a cargo da minha própria imaginação através daquelas palavras – talvez esse seja o motivo de eu gostar mais dos livros do que das versões cinematográficas. Ele ficou por muito tempo ao lado da minha cama, afinal eu não podia ir dormir antes de ler algumas páginas dos personagens que povoavam o meu imaginário.

As histórias infantis depois de um tempo não tinham mais a mesma graça, então comecei a vasculhar os livros antigos da minha mãe, e eis que em meio a romances manjados eu encontro “O Morro dos Ventos Uivantes”, mas não se enganem, ele não passava nem perto da versão atual de capa moderna e folhas bonitinhas. É um livro de páginas amareladas, com a capa dura e totalmente preta, e o título escrito numa pseudo letra cursiva prata, que guardo até hoje na minha estante Tive que escutar diversas piadinhas dos meus primos, e quem diria dos meus tios, toda vez que eu pegava o dito livro tinha que ouvir: “isso Tay, evangeliza os teus primos, lê um pouco da Bíblia pra eles” – nada contra a leitura da Bíblia diga-se de passagem.

Depois disso não parei mais de ler.

Já me decepcionei com muitos livros, já abandonei tantos outros após algumas poucas páginas, mas também já me surpreendi. Com o passar do tempo aprendi a ser mais crítica, hoje já não é toda história de ação que me prende, nem todo ser de outro mundo que faz minha imaginação correr solta, e dos romances água com açúcar já desisti há algum tempo.

Apesar desse senso crítico, não aprendi a definir apenas um livro ou ator predileto, mas possuo os meus xodós – aqueles que eu não queria emprestar pra ninguém porque são meus e só meus (uma risada maquiavélica se encaixa aqui) – mas posso citar vários autores que me acompanharam nesses anos e que eu amo: Dan Brow, Markus Zusak, Stephen King, J. K. Rowling, Harlan Coben, Stieg Larsson.

No inicio do texto afirmei que não tinha apenas um livro que marcasse minha vida, e depois desse texto quase terminado acho que entendi por que. Eu sou feita de fases, e pra cada uma dessas fases eu encontro um livro ou personagem que se encaixa direitinho – acreditem se eu fosse escrever todos aqui esse texto ficaria muito extenso – por isso não consegui encontrar um apenas que me definisse ou se destacasse notoriamente. Por isso acho que a minha dica não é de um livro específico, mas indico pra vocês O livro, esse conjunto de paginas e letras que fazem nossa vida um pouco mais fácil e melhor, que estimula nossa imaginação, e porque não, nos fazem querer criar na vida real um pouquinho desse mundo de fantasia que encontramos neles.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Quero ser grande



"O que você vai ser quando crescer?"

Sorrio cada vez que escuto essa pergunta, lembro-me de todas as respostas que dei, algumas até um pouco ridículas, e de como quando a hora da escolha de verdade chegou eu me desviava dela respondendo apenas "grande". Quem nunca disse que queria ser astronauta, bailarina, professora ou até mesmo modelo - coisa que meu 1,64m de altura e meus 53kg não me permitiram ser - quem nunca sonhou com carreiras mirabolantes em que tudo era ação e aventura. Eu sempre me imaginei correndo o mundo, ou então sendo famosa e aparecendo na TV, hoje vejo que isso não tem nada a ver comigo.

Antes de fazer meu vestibular pesquisei em diversos sites, busquei eliminar tudo o que eu não queria no meu futuro, e acreditem, acabei escolhendo uma profissão que nunca me passou pela cabeça. Faz dois anos e meio que curso Engenharia Civil, já surtei diversas vezes por não conseguir me imaginar de capacete e coturno em uma obra mandando em pedreiros que provavelmente saberão mais do que eu no início como as coisas funcionam na prática, mas em todas as vezes que enlouqueci não consegui me encontrar fazendo qualquer outra coisa. É verdade que amo de mais as letras, mas escrever pra mim é uma distração, minha válvula de escape, e por isso acredito que não iria dar certo usar mais palavras ao invés de números na minha futura profissão.

Tudo é muito confuso, foi difícil escolher o que eu faria Pelo resto da minha vida... - sim, eu já falei disso aqui no blog, e por isso segue o link - mas acredito que seguindo a nossa intuição tudo se ajeita. O importante no fim é você conseguir se encontrar, fazer algo que além de lucro te dê satisfação, pois trabalhar em algo que te dê prazer não tem preço.

Hoje, enquanto faço mais um projeto de esgoto, calculo a estrutura de um prédio ou vejo o raio que a curva de uma estrada deve ter eu só penso que no futuro o que eu quero mesmo é ser grande, ou melhor, uma grande engenheira.