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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Noite Feliz


As luzes na árvore de natal piscam numa sincronia incessante - e irritante - enquanto ele bebe mais uam taça de vinho. A neve cai lá fora, indiferente, pintando de branco o peitoril da janela.

Olhando daqui, do sétimo andar, a cidade está linda: as luzes das janelas pontilhando a noite escura e ao longe uma música natalina, cantada provavelmente por algum coral que ainda resiste à neve. Aqui dentro está quente, mas ele treme de frio naquela solidão.

Não há presentes sob a árvore, nem ceia sobre a mesa, não há risos, nem abraços, apenas aquele vazio gelado que toma conta dele.

Sem perceber abre a janela, algumas gotpiculas de neve entrando e colando-se ao seu rosto cansado. Ele sempre quiz ver a neve, morar em um país gelado, e não é o que ele tem agora?

Apenas gelo.

É estranho pensar agora em tudo que deixou para trás, em tudo que planejou para o futuro e não conseguiu. Por isso ele não pensa, apenas dá um impulso e coloca o corpo para fora da janela em uma queda rápida.

Sua vida não passa diante de seus olhos, como sempre imaginou que aconteceria, ele apenas pensa em como foi bom não ter comprado aquele gato - já que agora não haveria quem o alimentasse - e sente a neve cada vez mais gelada.

Agora ele é apenas um corpo tingindo de vermelho a neve branca acumulada na calçada.

Vermelho e Branco: as cores dessa noite tão feliz.




ps: Feliz natal à todos!!

domingo, 14 de novembro de 2010

Apenas amigos

E por mais que repetisse milhares de vezes, era impossível se convencer. Ele é só um amigo, só um amigo. Apenas um amigo. Fácil fazer a mente acreditar, mas tentar convencer o coração teimoso é outra história!
Tudo o que mais queria era que ele a tomasse de novo nos braços, as mãos enlaçando sua cintura, os corpos tão juntos que era possível sentir os corações pulsando - em total sincronia - os lábio tocando de leve os seus.
Foi tão bom imaginá-lo sempre ali, a segurança da mão dele sobre a dela, as palavras ditas baixinhas no ouvido, o olhar que dizia que ele também a queria como ela sempre o quis.
Mas a noite acaba, as estrelas deixam de brilhar e o sol aparece ofuscante no horizonte. Os dois se despedem e sabem que amanhã serão amigos de novo. Apenas amigos.
Antes de dormir, sozinha no escuro, ela vai lembrar daquela noite. Enquanto ele sorri, no meio de mais uma brincadeira, ela vai lembrar daquela noite. Em cada palavra, em cada gesto, ainda sobra um resto de saudade, uma pequena recordação...
Mas eles são amigos, e apenas amigos...

terça-feira, 29 de junho de 2010

Amizade


Um dia cinza. Duas garotas. Gotas de chuva caindo incessantemente. O mundo delas literalmente desabando.

Uma enfrenta brigas todos os dias em casa, os pai que bate na mãe, a mãe que apenas chora, e o irmãozinho mais novo que se esconde em baixo da cama. A solução para ela é se trancar no quarto e ligar o rádio no último volume para abafar os gritos que vem de fora e os dela, porque a única saída é gritar pra tentar expulsar a dor do seu peito.
A outra tem como carrasco as contas que não param de chegar. Sozinha em uma cidade que nunca foi a sua, ela vê que o sonho de se tornar médica não passa de mera ilusão. Há saídas ela sabe, mas não consegue encontrá-las.

Mas hoje elas sorriem.

Sabem que a vida não é um conto de fadas. Não há príncipe que virá resgatá-las e a história nem sempre termina em final feliz. Há muito tempo já descobriram isso. E mesmo assim ambas sorriem. Aquele sorriso bobo, enquanto pulam e brincam nas poças d'água feito crianças. Porque hoje elas deixaram os problemas pra depois, hoje elas comemoram por aquilo que ainda resta de bom. Estão juntas, sempre estiveram e sempre estarão. Vai ser assim elas sabem. Mesmo que tudo dê errado, mesmo que as coisas nunca se encaixem como deveriam, elas ainda terão uma à outra. Resistirão juntas. E isso é o mais importante.

Ali, naquela chuva elas sentem que ainda há uma esperança, nem que seja só um pouquinho.
Que ainda vale a pena seguir se elas estiverem lado à lado.

E ali, na chuva, elas entendem o verdadeiro sentido da amizade.

terça-feira, 15 de junho de 2010

E viva ao Brasil!


Hoje o Brasil entra em campo e como escutei, é hoje que realmente começa a copa para nós. E é hoje que me sinto ainda mais a pessoa menos brasileira desse mundo.
Seria hipocrisia minha dizer que não compartilho de um pouco da excitação dos jogos - torço pra que a Itália, Alemanha ou França ganhe, mas talvez isso seja só minha eterna teimosia de torcer contra a maioria - mas acho esse patriotismo repentino ridículo, e ainda mais ridículo a quantidade de dinheiro investido nessa copa.
Todos sabemos que a África não e um país rico, milhares de vezes ouvimos notícias na TV sobre os casos assustadores da miséria em que a maioria da população vive, mas mesmo assim ela se tornou sede da Copa, construindo estádios, e tentando melhorar a infraestrutura precária do país. Não vou negar que tudo tem seu lado bom, os investimentos com turismo e as melhorias do país vão ficar lá mesmo depois das finais, mas não seria melhor ter utilizado recursos para melhorar a qualidade de vida da população sem precisar da copa?
Em relação ao Brasil, passamos o ano inteiro reclamando da nossa politica, dos nossos impostos, de tudo nesse país tropical, mas quando ouvimos falar no mundial imediatamente vestimos a camiseta da seleção e saimos enlouquecidos, como se amássemos esse chão acima de tudo.
Copa do mundo me lembra aquele antigo sistema utilizado pelos imperadores romanos de "pão e circo". Lógico que sem a parte do pão, afinal milhares de pessoas ainda passam fome nesse país, mas dê um pouco de entreterimento á população para que ela esqueça da corrupção, das contas no fim do mês, da falta de comida na mesa, do frio à noite sem um cobertor. E o mais ridículo, o que eu realmente não entendo é que enquanto os jogadores ganham milhões para jogarem partidas de futebol os meros mortais trabalhadores ralam o dia todo para ganhar um salário mínimo. Você entende?
Daqui a quatro anos teremos o fervor das vuvuzelas ensurdecedoras nas nossas cidades e estádios lindos que custaram milhões. Dinheiro esse que poderia ser transformado em saúde e educação para os brasileiros, mas isso fica para depois não é mesmo? Porque no país do futebol, o que importa mesmo é a bola rolando, o samba tocando e um grito do Galvão Bueno: Gooooooool, é do Brasil!


ps: sim pulei o dia dos namorados, afinal ninguém precisava ler os meus desabafos de garota solteira de mal com a data mais romântica do ano.
ps2: o texto tá meio (ou totalmente) ruim, mas eu tava com saudade de postar aqui.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Mais um final...

" Se o que você queria,
era me ver chorar,
então pode sorrir..."


Hoje, quando eu mais precisei de ti você me virou as costas.
Onde está o garoto que um dia me prometeu o céu?
Jurei que nunca mais me entregaria assim, que nunca mais confiaria tão cegamente em alguém, mas quando você disse que ficaria para sempre aqui eu quiz acreditar.
Busquei em ti o refúgio para as minhas dores, os sorisos dos meus dias, o sol quando tudo parecia nublado, e quando enfim acreditei encontrar terra firme você vem e causa um terremoto.
Com algumas palavras você me fez desacreditar em tudo outra vez, bagunçar tudo o que eu tinha arrumado tão perfeitamente dentro de mim. Como você pode se contradizer tanto? Você jurou nunca me magoar, jurou sempre querer o meu bem, e hoje, por me conhecer mais do que ninguém você me fere onde mais doi. Eu te amo você pronunciou uma vez, e usa esse amor como desculpa para me deixar no chão. Que amor é esse que machuca ao invés de curar?
As lágrimas que você diz correrem pelos eu rosto não são nada comparadas as que você me faz derramar agora. Diz que tem que ser forte pra dizer tudo isso pra mim, mas você não é, na verdade nunca foi, você é covarde o suficiente para desistir agora, sem nunca ter tentado de verdade. As palavras vãs que eu tanto escutei nunca valeram mais do que as atitudes que você nunca tomou.
Se me magoar era o que você queria, parabéns, você atingiu seu objetivo! Mas não pense que eu ainda estarei aqui quando você se arrepender e quiser voltar.
Quando você finamente se der conta já será tarde de mais.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Confusão



Quisera eu apenas uma vez poder ver tudo diferente. Tirar de mim meus pensamentos e meus sentimentos, colocá-los sobre a mesa e poder analisar assim cada mínimo fragmento deles. Estou cansada dessa eterna confusão de pensamentos sentimentais e sentimentos racionais.

Eles me enlouquecem, e eu fico assim, estática sem saber o que fazer.

Sim, eu não encontro mais o "fio da meada", o mapa do caminho que eu deveria seguir, e agora estou aqui perdida.

Porque eu disse não quando deveria dizer sim? E porque agora que tudo o que você precisava era de um não o que eu mais quero é dizer que sim, sim e sim?

É ridículo, é loucura, eu sei. Mas eu sou assim: ridiculamente louca.

Me tira da tua vida que é melhor, me manda tirar férias de ti e até de mim mesma, só não me deixa aqui, enrolada nos meus próprios nós.

Me manda me livrar de tudo, principalmente de mim mesma.

Mais uma história

Imagem retirada do Tumblr

Parece apenas uma rua qualquer, mas se essas paredes pudessem falar certamente contariam as mais lindas histórias sobre romances ardentes, reencontros emocionantes, e demais coisas lindas que você adoraria escutar. Mas a história mais sombria - e talvez a mais interessante - continua escondida entre as frestas das antigas venezianas, entre os tijolos das velhas casas e na mancha escura no fim da rua.

E é essa história que hoje vou contar.

Foi há muito tempo atrás, na época em que os lampiões de querozene ainda eram os responsáveis pela iluminação dessa humilde ruazinha. As coisas não podiam ser mais pacatas nessa cidade, porém a paz foi interrompida pela chegada de um estranho, o mais lindo estranho que já conheci.
O cabelo dele era de um castanho reluzente, a pele tão alva lembrava a neve - quase tão enregelante quanto ela - e os seus olhos, escuros como a noite, escondiam uma agonia amedrontadora. O simples pronunciar do seu nome gerava suspiros e arrepios.
Ele conquistou boa parte da pequena população com seu jeito cortês e educado de ser, apesar de ser visto apenas à noite andando pela cidade. Conquistou também o coração de uma jovem, como você já devia imaginar.
Eles se encontraram poucas vezes, mas esses poucos encontros já bastaram para que algo acontecesse entre os dois, ou melhor, para que ela se apaixonasse por ele. Ele lhe dirigia as mais lindas declarações, poemas de grandes autores, frases que ele mesmo criava, e ela aos poucos foi entregando seu coração. Ele a hipnotizava e fazia sentir coisas que nunca antes sentira, e ela estava feliz como há muito tempo não era.

Porém o restante da cidade não compartilhava da mesma alegria.

Em uma ruazinha escura - essa mesma que já lhe foi apresentada - pessoas morriam silenciosamente e eram encontradas dias depois com marcas entranhas no pescoço, e sem qualquer resquício de sangue em seus corpos. Começavam a surgir boatos de um vampiro, um demônio, e demais histórias fantasiosas. Ou nem tão fantasiosas assim.

Era a última noite dele na cidade, ela estava no mesmo banco o esperando. Ele havia prometido uma surpresa, e ela já sonhava com um anel. Ele chegou, beijou docemente a mão dela e começou a conduzi-la pela cidade. Ela confusa apenas deixou-se levar.
Qual não foi sua surpresa ao se deparar com a ruazinha tão conhecida - e tão assustadora - e se dar conta que esse era o seu destino.
- Você não está entendo não é? Mas logo irá compreeender.
Havia um tom de ironia naquelas palavras. Ela tentou se desvencilhar das mãos dele, mas não havia como. Ele era mais forte, e apesar de seus instintos gritarem para que ela lutasse, algo nele ainda a acalmava.
Ele a levou até o fim da rua, enlaçou-a pela cintura e deu-lhe um beijo. Ela sorriu, sentia o corpo relaxar, afinal, a finalidade da rua escura era apenas um beijo roubado.
Ele sorriu também, mordendo o pescoço dela.
Então ela compreendeu, sentiu que sua vida acabaria ali, nas mãos do homem desconhecido que ela tanto amou.

De repente ele parou, ajoelhou-se segurando-a em seu colo. A visão era aterradora, ele com os lábio sujos de sangue e ela com o vestido tingido de vermelho imóvel em seus braços.

Mas ela ainda não estava morta, ele não havia conseguido terminar. Foi quando os olhos fixaram-se um no outro e ela pode ver toda aquela agonia, todo o medo que ele também escondia.
- Não posso. Não tenho forças suficientes para isso. - ele susurrou.
E ela viu o rosto dele se contorcer de dor, de repulsa pelo que ele era. Queria poder dizer a ele para continuar, expulsar aquela dor que agora percorria o seu corpo, e por mais que não quizesse adimitir, queria dizer que o amava, e que o perdoava.
Ela foi deixada lá, sangrando e esperando que a morte viesse buscá-la logo. Mas ela não veio. O sol começou a aparecer e queimar de leve sua pele, as forças voltaram a surgir e ela conseguiu se levantar. Correu para se esconder, assustada e sentindo-se estranhamente renovada e com sede de algo que nunca havia provado antes.
Horas depois, de um canto da rua, pôde ver seu pai ajoelhado próximo à poça de sangue, sua mãe chorando compulsivamente, mas não conseguiu sentir nada. Não havia mais um coração pulsando dentro dela.


E essa caros amigos, é a minha história.
A poça de sangue ainda está lá, marcada nas pedras da calçada. Eterna. Assim como eu.
post para o Palavras Mil

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Garotos Perdidos

Foto retirada do Flickr


Pés descalços, roupas rasgadas e algumas drogas nas mãos. Dois garotos se exibem diante da câmera de um fotógrafo qualquer. Mostram rostos sorridentes e uma postura de quem pode tudo.

Mas eu sei que não é assim. E você também sabe.

São eles os garotos por quem passamos todos os dia, os que imploram comida ou uma moeda qualquer nos faróis de tantas ruas. São para eles que viramos o rosto, atravessamos a rua e fingimos não ver tanta pobreza em um país tão rico. Meninos que conhecem muito mais da vida do que eu, que são obrigados a se fazerem fortes para poder acordar todos os dias nessa vida miserável. Um deles quer ser traficante como o irmão mais velho, o outro aidna não sabe, mas provavelmente seguirá o mesmo caminho. Claro, se no meio da história não forem mortos por uma arma ou pelo pó branco que carregam.

Garotos perdidos que buscam nas drogas sua passagem para a tão sonhada "Terra do Nunca", obrigados a crescer mais cedo e esquecer o que realmente são: crianças. Desde cedo aprendem que não há espaço para eles nesse mundo que mais exclui do que acolhe, e se obrigam a viver à margem da sociedade, sem perspectiva de vida e desprovidos de privilégios que muitas vezes ignoramos: uma família, comida na mesa, uma cama quente para dormir.

Nós sentimos pena, nos compadecemos nos segundos em que olhamos a fotografia, mas continuamos nossas vidas, fingindo que não nos afeta, dando uma esmola ou outra de vez em quando, e esperando sentados que alguém faça alguma coisa.




post para o Mil Palavras

terça-feira, 4 de maio de 2010

A garota do cabelo cor de fogo



O sininho sobre a porta anunciava que mais alguém chegava. Ela entrou no bar com seus longos cabelos ruivos, encaracolados, um pouco molhados pela chuva, tirou a jaqueta com um ar de cansada e sentou-se junto ao balcão. Ninguém sabia ao certo quem ela era, talvez uma visitante naquela cidade pequena. Pediu uma cerveja e ficou ali, bebendo devagar, os olhos perdidos em algum lugar. Poucos notaram sua presença, afinal os pensamentos já estavam meio turvos devido às bebidas, mas alguém, lá no fundo do bar, a observava. Ele aproximou-se devagar, sentou ao lado dela:
- Oi, eu sou Johny, você acaba de chegar na cidade né?
Ela virou-se para encará-lo, e ele assustou-se com a tristeza que via atrás daqueles lindos olhos verdes.
- Sim, mas estou só de passagem.
- Ah, que pena. A cidade é pequena, mas no outono temos paisagens lindas, é só a chuva que atrapalha um pouco.
Ela assentiu de leve, voltando a se concentrar em sua cerveja.
Ele estava fascinado, queria descobrir tudo a respeito dela, uma garota assim não merecia toda aquela tristeza, e por algum motivo ele queria fazê-la sorrir.
- Não quer ir para outro lugar? Há um lago aqui perto, acho que você vai gostar.
Ela o olhou um pouco assustada, mas o que havia de mal em sair do bar com ele? Aceitou, afinal, conhecia o lago também, e o achava lindo.

Sentaram-se sob a varanda de uma velha casa para se protegerem da chuva. A paisagem era incrível, como ela se lembrava. A lua cheia era refletida pela água, a grama e as árvores escurecidas pela noite, e a chuva lembrava pequenos cristais caindo. Uma lágrima solitária rolou pelo seu rosto, e ela enxugou-a antes que ele percebesse.
- É lindo não é?
- É sim.
- Você vai me contar porque está aqui?
Ele não lembrava dela. Como lembraria? Fazia anos que ela havia ido embora, e mudara muito. Ele, alguns anos mais velho, nunca repararia na garota que um dia ela fora.
- Eu já morei aqui, nessa mesma casa. Estou na cidade só para arrumar alguns assuntos pendentes, afinal minha mãe não consegue mais resolver sozinha, ela nem ao menos me reconhece.
Ele agora nota as lágrimas que ela já não consegue esconder. Nunca imaginaria que ela era a garota dos cabelos cor de fogo que ele observava de longe quando era mais jovem. Sem saber ao certo o que dizer ele apenas a abraça devagar, deixando-a sofrer em silêncio...



Talvez, continua...




ps: post para a edição musical. Bloinquês

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Apenas três palavras

Era Reveillon, todos com suas melhores roupas brancas, trocando desejos de felicidade, amor e paz em meio a abraços e sorrisos. Depois de muito procurar, ele a encontrou sozinha em um canto qualquer do jardim chorando. Ponderou se era certo incomodá-la nesse momento tão seu, mas era tarde para ir embora, ela o havia visto.
- Divertida a festa né?
- Não tanto assim, faltava alguém – ele repondeu calmamente.
Ela tenta em vão secar as lágrimas que estragam a maquiagem antes perfeita. Porque ele apareceu justo agora? Aquele garoto misterioso e cafajeste tinha algo que a hipnotizava,algo que a fazia amá-lo e odiá-lo quase com a mesma intensidade. Eles nunca poderiam ficar juntos, já haviam tentado, mas ele fora incapaz de demonstrar seus sentimentos mesmo depois de vê-la se humilhando dizendo que o amava e esperando as mesmas palavras em troca.
- O Chad vai embora amanhã, nós terminamos tudo. – Ele a segura pelas mãos tentando acalmar as lágrimas que agora parecem intermináveis. Como ele é tolo, não sabe que as lágrimas nunca foram pelo Chad. São ciúme por vê-lo com outra garota, a raiva por não conseguir esquecê-lo, são pura impotência por não poder fazer nada que mude essa situação.
- Ele não te merecia, nunca mereceu – ele agora sabia disso, ninguém seria bom o suficiente para ela, ninguém além dele. Apenas ele podia compreender as confusões e momentos de carência dela, o orgulho e o instinto de querer ser sempre a mais forte. Já a perdera uma vez, não cometeria o mesmo erro.
- Eu... eu preciso te dizer... – Ele se perdia novamente nas palavras, precisava terminar aquela frase, precisava conquistar de novo a garota que agora ele segurava firmemente as mãos. – Eu... eu... – O mundo parecia ter parado, os dois imóveis, o olhar dela fixo no dele, esperando algo mais.
- Eu te amo.
Era tudo que ela mais quis escutar, uma voz dentro dela dizia para ir embora, deixá-lo ali, humilhado como ela um dia foi, mas ela não era forte o suficiente para isso. Não havia um príncipe em um cavalo branco como ela um dia havia sonhado, apenas um garoto que a completava em todos os defeitos e qualidades. Tudo o que ela mais desejava estava agora ali, na sua frente.
- Eu também te amo.
O coração dele volta a bater num compasso mais calmo. Ele a puxa calmamente mais para perto de si e as bocas se encontram, num beijo tão esperado.
A sua garota dos cabelos castanhos e sorriso lindo está agora em seus braços, e não vai mais sair.

Melhores amigos para sempre

Foto retirada do We heart It

Um garoto e uma garota, um violão e o céu azul. Parece tudo tão banal não é? Mas se olhar mais de perto poderá ver que há muito mais para se descobrir.

Eles cresceram juntos. Ele a ensinou a jogar futebol, ela o obrigava a brincar com suas barbies, e ente passeios de bicicleta, brincadeiras e sorrisos, se tornaram melhores amigos. A infância ficou para trás, e eles passaram a compartilhar conselhos, segredos e paixões. Ela o ajudou a descobrir seu talento na música, ele a ajudou a descobrir que ela era, mas o essencial entre os dois ainda não foi descoberto.

Deitada na grama ela imagina como seria se ele soubesse que cada nota combina perfeitamente com o ritmo do seu coração, que gostaria de ser a musa inspiradora, e que daria tudo para poder chamá-lo de outra coisa que não amigo.

Tocando o violão ele imagina se ela sabe que cada verso foi feito para ela, que ele sonha com um beijo dela, e que o que mais deseja é parar de chamá-la de amiga.

Os dois continuam em silêncio, sorrisos e olhares que dizem sempre algo mais, mas que se perdem em meio ao medo de estragar tudo o há entre eles. Amanhã ele viaja para gravar o primeiro Cd da sua banda, ela vai para a Inglaterra cursar moda. Prometeram que nunca vão perder contato, ela brinca que quando a banda dele fizer turnê pela Inglaterra, o primeiro ingresso será dela, ele sorri e concorda.

Mas isso é amanhã, e eles permanecem ali, conversas amenas, sem pensar no futuro, afinal, há tanto pra falar, e tanto a esconder.

Apenas um garoto e uma garota, um violão e céu azul, e um beijo que paira sobre eles, um beijo nunca dado, mas que será lembrado para sempre.

Para a garota que um dia eu fui

Olá, nem sei como começar direito essa carta, nem ao menos sei porque tenho essa chance, mas enfim, vou tentar dar os melhores conselhos possíveis, quem sabe assim eu mude algo no seu futuro.
Sei que faltam apenas alguns meses para você finalmente fazer os tão sonhados 18 anos! Sim, eu sei o quanto você espera por isso, a vontade enorme dessa ilusão liberdade que esses dois dígitos nos passam. Você quer poder dirigir, conhecer novos lugares, sair sem ter hora pra voltar, poder andar com as próprias pernas e não ter que dar satisfação a ninguém.
E é por isso que eu peço pra que você vá com calma. Não sei ao certo se posso te contar tudo o que quero, mas nas linhas a seguir segue um pouco das suas futuras decisões.
Você ignorou o garoto que tanto te ama - e que você ama também – porque agora vai poder sair pra onde quiser, pois já tem a carteira de motorista e a idade necessária para entrar em todos os lugares, e não esqueça, para ser presa também. Vai fugir de casa, largar a faculdade e viajar para um outro país, sim você tem um dinheiro guardado, a poupança que seu pai economizou anos para garantir o seu futuro, e com ele você vai conhecer Londres, pois esse sempre foi o seu sonho. Vai ser finalmente a garota rebelde que sempre quis, agora você tem 18anos, apenas seus sonhos na mão, sem compromissos e preocupações, mas deixa eu te contar apenas uma coisa, o mundo não te deixa ser assim pra sempre.
Você tinha 24 anos, nunca mais ligou para casa, o dinheiro que tinha há muito já acabara, e você estava sozinha em um país que não conhecia. Não tinha amigos, mas conheceu um cara lindo que disse que podia arranjar tudo para você, e você ingênua acreditou. Ele te levou para conhecer alguns amigos dele, disse que o trabalho era fácil, mas que a grana era alta. Tranqüilize-se, o seu trabalho não era nas noites de Londres, pelo contrário, ele fez com que você conhecesse também outros países. Você era popularmente chamada de mula. Logo você, que nunca pensou em se envolver com drogas, estava levando-as no estômago em pequenos embrulhos que você rezava para não estourarem.
Seu aniversário de 28 anos, a última “carga” e você estaria livre para ir onde quiser, mas algo de errado aconteceu, você estava passando mal. Sem nunca ter experimentado cocaína, você vai morrer devido ás drogas que engoliu. No fundo você sabia que só haveria dois jeitos disso tudo acabar: ou morreria, ou seria presa. E nas duas opções, você estaria sozinha. Mas, por um acaso do destino uma boa alma te levou para o hospital, e em meio às luzes algo estranho aconteceu.
Me entregaram papel e caneta, e me disseram que eu posso mudar, que eu posso ter uma nova chance se eu conseguir te fazer mudar de idéia. Então, minha garotinha de 17 anos, não estrague nossas vidas. Saiba que seus sonhos podem sim se tornar realidade, você pode sim ter toda a liberdade que sempre sonhou, mas temos que ir devagar. Não se torne parte das estatísticas de pessoas que morrem todos os dias por não terem feito o melhor de suas vidas, tente fazer a diferença, ser alguém melhor e não jogar tudo pro alto por um sonho infantil. Assuma as responsabilidades que os teus 18 anos te trazem, não jogue oportunidades boas no lixo, e nunca tente matar dentro de você a menina que você sempre foi.
Saudades
T.
post para o Blogueando

terça-feira, 13 de abril de 2010

Essa música...


Foto retirada daqui : http://snuh.tumblr.com/post/74829482/dawkman-blackadder-via-manuschristi


Ele carrega consigo o peso dos seus 78 anos. As pernas não mais o obedecem, mal o sustentam nessa breve caminhada, e a bengala há muito se tornou sua única companheira.

Ela, com seus passos lentos, atravessa sozinha a longa calçada perdida em seu próprio mundo, seus 73 anos não permitem que seja diferente.

E eis que por um breve segundo - um daqueles segundos que valem a vida inteira - os olhares se cruzam. Ele enxerga na curvada senhora a garota que um dia ela foi, a bailarina que cruzava os palcos na sapatilha de ponta, como se fosse uma daquelas frágeis bailarininhas das caixinhas de música. Ela vê dentro dos olhos cansados o homem que anos atrás arrancava suspiros e palmas da platéia enquanto o corpo se movia no ritmo da música.

Palavras não se fazem necessárias, nessa idade elas são facilmente esquecidas, e os dois anciões continuam seus caminhos, agora com um sorriso no rosto. Por um momento, um breve momento que seja, alguém os olhou nos olhos, alguém enxergou mais além do que as mãos enrugadas e o cabelo grisalho. E hoje pode ser que as pernas não mais os obedeçam, os braços não possuam a mesma graciosidade de antes, mas o coração de ambos dança uma música que antes estava esquecida, essa doce e complexa música chamada vida.


Post para o Mil palavras
ps: eu não sei ainda arrumar os links, se alguém puder me ajudar eu agradeço.

domingo, 4 de abril de 2010

A garotinha do quarto ao lado



Ela apareceu quando eu já havia me acostumado a ser filha única, afinal 7 anos vivendo como a “princesinha” da casa faz você se acostumar com algumas regalias, mas nunca tive aquele ciúme terrível que toda irmã tem, pois, sem paciência como a pequena é, decidiu vir um mês antes do esperado, dando um susto em todos e quase não ficando muito tempo por esse mundinho aqui. Acho que foi esse medo de perder o bebezinho (que mais parecia um ratinho) que fez com que o ciúme não existisse.

Nós já tivemos, e passamos, da fase dos puxões no cabelo, beliscões e algumas outras agressões físicas um pouco mais sérias (onde sempre eu saia mais machucada) – sim, a gente apelava pra violência, mas atire a primeira almofada quem nunca fez isso -, hoje as brigas são mais verbais. Mais do que normal não é. Não é fácil não gritar quando você vê a maquiagem na qual gastou toda a mesada espalhada pelo chão, o brinco preferido partido ao meio, ou o trabalho que você levou horas pra fazer excluído do pen drive porque ela achou que não era importante. Sim, é coisa de criança, coisa de irmã mais nova. Os pais tentam apaziguar da melhor maneira, ensinam que irmãs não devem se comportar assim, perguntam onde fica o respeito, o amor, o carinho que tanto ensinaram, mas de nada adianta, continuamos com os gritos, o que não significa que não nos damos bem também.

A garotinha que tanto me “atazana”, e que vai ser meu bebezão pra sempre (independente de ter os 10 anos que já tem), é aquela pessoinha que eu mais amo. Minha confidente, com quem eu fico até tarde conversando, que me faz rir das coisas absurdas que imagina, que tem aquele abraço sempre preparado quando eu preciso. Posso reclamar muito de algumas coisas que ela faz, mas defendo a minha pequena com unhas e dentes quando alguém fala alguma coisa, e sei que ela faz isso também. Confesso que me assusto quando escuto ela em falar que é em mim que ela se espelha - imagina, logo em mim! - mas irmã mais velha é assim, e cada vez que escuto isso é um incentivo pra que eu me supere um pouco mais, queira ser um pouco melhor, e morro de orgulho quando é pra mim que ela conta os segredos ou pede algum conselho.

Não sei como existem pessoas que preferem ser filhos únicos, sim, dividimos a atenção dos pais e de mais pessoas, mas hoje não saberia mais viver sem a menina do cabelo cacheado que dorme no quarto ao lado, porque além de sermos irmãs, nós somos amigas.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Pelo amor, seja ele qual for...


O noivo espera nervosamente no altar, enquanto a noiva entra devagar ao som da música já conhecida. Mas opa! Como faz qando não há uma só "noiva ou "noivo"? A cena tão típica e tão emocionante fica meio distorcida quando ocorre com duas pessoas do mesmo sexo, e as opiniões divergem cada evz mais quando o assunto é homossexualidade.
Sou católica, uma religião que desaprova abertamente a união entre duas pessoas do memso sexo, considerando isso um ato que vai "contra as leis de Deus", mas não sou contra o casamento entre homossexuais. Concordo que pode não parecer muito normal a opção de um casamento que não seja entre um homem e uma mulher, mas atualmente, onde quase nada é "normal", sou a favor de escolher a opção que te faça mais feliz.
É ridículo julgar as pessoas, ou proibí-las de fazer algo porque não compartilham da mesma opinião sexual da maioria da população, ainda mais quando o que se está vetando é uma benção ou uma união de "papel passado".
Em um mundo onde quase tudo é permitido, o amor não deveria ser proibido, seja ele qual for.
Está mais do que na hora de vencermos os preconceitos, aceitarmos que o "diferente" também pode ser normal, e lembrar que o amor que une duas pessoas nnca escolheu raça, credo ou opção sexual.

terça-feira, 16 de março de 2010

Sim, eu volto...

É engraçado como me perco de vez em quando, mas volto sempre ao mesmo lugar. Tento me reinventar, mudo de cidade, de ares, de pessoas, mas acabo sempre voltando.
Voltando a ser quem eu era, quem eu sou, quem eu sempre fui. Volto pro meu velho urso, pro teu cheiro no travesseiro, pras velhas folhas escritas jogadas em um canto. Volto pros mesmos livros, pras mesmas músicas, pro violão há muito esquecido. Volto pra essas mesmas paredes, pros mesmos rostos que me olham das fotos antigas, pras mesmas lembranças que me puxam. Volto pra ti, pra mim, pra tudo que tentei deixar pra trás. Eu demoro, mas volto. volto pra onde você possa me encontrar, volto pois meu lugar é aqui.



ps: demorei pq não consigo mais colar meus textos aqui, tenho q reescrever eles no blogspot, e a preguiça me impedia de fazer isso... haha... se alguém tiver a solução avisa aee!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010


E enquanto seguro ridiculamente o telefone, me questiono mais uma vez se isso é a coisa certa. A superfície fria que está entre meus dedos me lembra do frio que é não ter você aqui. Do vazio que ficou no seu lado da cama, do seu cheiro ainda no travesseiro. E enquanto reúno forças pra enfim discar teu número, recordo de nossos corpos juntos, das bocas em um ritmo frenético, das tuas mãos se movendo por meu corpo. E esse calor que surge de repente, só da tua simples lembrança me basta por esse momento, fecho os olhos lembrando de como era confortável e seguro você do meu lado. Imagino precocemente nossa conversa casual ao telefone, os “como vai?”, as observações vis sobre o tempo, palavras das quais não precisamos. E me questiono mais uma vez porque ainda estou aqui, parada olhando incessantemente para o telefone. Nós nunca precisamos disso, aliás, nós nunca fizemos isso: conversas assim, simplórias, pelo telefone. Você sempre apareceu sem avisar, sempre tomou conta de tudo em mim, nunca perguntou nada, e eu nunca quis responder. Não sei porque agora cismei com isso, em ouvir tua vós, em querer saber de algo teu, nem que seja uma ínfima coisa, nem que seja pra mentir pra você que está tudo bem, mesmo sem te ter aqui. Olho mais uma vez para os ridículos números que me encaram e desisto. Recoloco o fone em seu devido lugar e fecho os olhos, me convencendo que é melhor assim, e imaginando como seria se eu tivesse a coragem de ligar.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Você me disse que não valeria a pena continuar. Que os passos dados daqui pra frente seriam todos em vão. E eu tentei te convencer, tentei te mostrar que essa seria apenas mais uma batalha em meio a tantas pelas quais você já passou, que você deveria seguir, se não por você mesmo, por mim. E eu tentei ser a força que você precisava, a mão que estaria ali quando você precisasse, eu tentei. E eu vi a tristeza que você escondia atrás do sorriso falso enquanto os últimos fios de cabelo caiam no chão. Eu vi as lágrimas choradas escondidas porque você se recusava a mostrar ao mundo que não era “forte”, contrariando todas as vezes que eu disse que chorar não te faria mais fraca. E eu senti, te senti pequena no meio dos meus braços, senti todo o medo nos teus olhos, senti a saudade de te ter longe, senti medo de te perder pra algo que eu não podia controlar. E eu vi, vi você lutar com unhas e dentes para estar aqui, vi cada sorriso seu ao voltar pra casa, vi a coragem nos olhos a cada aplicação do remédio. E hoje eu sei, sei valorizar cada momento teu ao meu lado, sei que cada dia que te tenho por perto é um presente, e sei que nós vamos passar por mais essa fase, porque eu sei que você é forte, e você consegue!



Texto fictício, mas dedicado a alguém que faz parte da minha mais verdadeira realidade.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Meu melhor amor


As coisas começaram assim, sem querer. Ele sentava na classe a minha frente, mal conversávamos, até que um trabalho fatídico de história nos colocou no mesmo grupo. A amizade nasceu ali, entre livros e folhas de caderno. Não era mais possível nos separar. Ele sabia todos os meus segredos, ia comigo a todas as festas. Era ele quem atendia o telefone as 3 horas da manhã quando o sono não vinha e eu não conseguia parar de pensar em todos os meus problemas. Era ele quem secava minhas lágrimas e quem em fazia rir nas horas mais impróprias. Minhas manhãs se iluminavam com a companhia daquele garoto, os finais de semana só tinham graça se fossem com ele. A sua presença era tão essencial em minha vida que nem percebi que o sentimento aos poucos mudava de rumo. Aquele amor fraternal foi dando espaço a um outro, até certo tempo atrás desconhecido, mas que inundava cada vez mais meus pensamentos. Como compartilhar minhas duvidas se ele era meu confidente e ao mesmo tempo a razão das minhas confidências? Como saber se todos os carinhos e olhares eram correspondidos com a mesma intensidade, pelo mesmo motivo? Meu melhor amigo se tornava meu amor, ou apenas mais uma fantasia da minha mente sonhadora. E assim os dias se arrastavam, minhas duvidas consumindo meu coração e nossa amizade. O ciúme aumentava, eu lia as entrelinhas de cada frase que saia de sua boca, queria tê-lo cada vez mais para mim, só pra mim... Ele percebeu a mudança, seria impossível não perceber, depois de tanto tempo ele me conhecia melhor que eu própria. Não foi uma pergunta direta, ele apenas se sentou ao meu lado, pegou de leve a minha mão e falou casualmente que algo me incomodava, que eu podia confiar nele. Eu mal conseguia olhar nos seus olhos, aqueles olhos claros que naquele momento me deixavam sem ar, não saiam palavras de minha boca, mas mesmo assim ele compreendeu. Foi tão sutil que eu mal percebi quando seus lábios aproximaram-se dos meus, o nosso primeiro beijo foi mágico, tão intenso como eu nunca pensei. Minhas duvidas acabaram-se ali, sempre ouvi que amizade e amor estão a apenas um beijo de distância, e naquele diz descobri que sim. Meu melhor amigo é meu mais lindo amor, meu amor é meu mais fiel amigo.