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domingo, 4 de abril de 2010

A garotinha do quarto ao lado



Ela apareceu quando eu já havia me acostumado a ser filha única, afinal 7 anos vivendo como a “princesinha” da casa faz você se acostumar com algumas regalias, mas nunca tive aquele ciúme terrível que toda irmã tem, pois, sem paciência como a pequena é, decidiu vir um mês antes do esperado, dando um susto em todos e quase não ficando muito tempo por esse mundinho aqui. Acho que foi esse medo de perder o bebezinho (que mais parecia um ratinho) que fez com que o ciúme não existisse.

Nós já tivemos, e passamos, da fase dos puxões no cabelo, beliscões e algumas outras agressões físicas um pouco mais sérias (onde sempre eu saia mais machucada) – sim, a gente apelava pra violência, mas atire a primeira almofada quem nunca fez isso -, hoje as brigas são mais verbais. Mais do que normal não é. Não é fácil não gritar quando você vê a maquiagem na qual gastou toda a mesada espalhada pelo chão, o brinco preferido partido ao meio, ou o trabalho que você levou horas pra fazer excluído do pen drive porque ela achou que não era importante. Sim, é coisa de criança, coisa de irmã mais nova. Os pais tentam apaziguar da melhor maneira, ensinam que irmãs não devem se comportar assim, perguntam onde fica o respeito, o amor, o carinho que tanto ensinaram, mas de nada adianta, continuamos com os gritos, o que não significa que não nos damos bem também.

A garotinha que tanto me “atazana”, e que vai ser meu bebezão pra sempre (independente de ter os 10 anos que já tem), é aquela pessoinha que eu mais amo. Minha confidente, com quem eu fico até tarde conversando, que me faz rir das coisas absurdas que imagina, que tem aquele abraço sempre preparado quando eu preciso. Posso reclamar muito de algumas coisas que ela faz, mas defendo a minha pequena com unhas e dentes quando alguém fala alguma coisa, e sei que ela faz isso também. Confesso que me assusto quando escuto ela em falar que é em mim que ela se espelha - imagina, logo em mim! - mas irmã mais velha é assim, e cada vez que escuto isso é um incentivo pra que eu me supere um pouco mais, queira ser um pouco melhor, e morro de orgulho quando é pra mim que ela conta os segredos ou pede algum conselho.

Não sei como existem pessoas que preferem ser filhos únicos, sim, dividimos a atenção dos pais e de mais pessoas, mas hoje não saberia mais viver sem a menina do cabelo cacheado que dorme no quarto ao lado, porque além de sermos irmãs, nós somos amigas.

4 comentários:

Cecília Ferreira disse...

É irmãs mais novas sem explicação!
Mesmo com as brigas,e as artes que elas insistem em fazer nós amamos ela pq são o máximo em todos os sentido.
Beijo

may :] disse...

muito lindo o texto taaay! eh a may q ta escrevendo aki hehe :D uma hora dessas kero um texto for me ;P beeijos

Umrae disse...

É, eu sempre digo que em briga de mão o mais velho sempre leva a pior, mas muita gente não acredita...
Eu nunca gostei de ser filha única, sinceramente, é mais transtorno que vantagens.

Anônimo disse...

Uua, que texto lindo!
Adorei teu post.
E irmãos são assim mesmo, entre tapas e beijos, hahaha.
As brigas e afins não são nada comparados ao sentido que eles dão a nossa vida, se entre os dois houver amizade!
Beijo