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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Um dia só pra nós


      - E você lembra aquela vez que a gente jogou a aranha de borracha na vizinha? Nossa! Ela saiu gritando e se sacudindo como uma louca!
      - Claro que eu lembro - disse ela rindo - Ela ficou muito braba! Ficamos uma semana de castigo, mas valeu a pena. - Ela dá mais uma boa gargalhada enquanto ele sorri também.
      Os dois recordam mais algumas peripércias do passado, enquanto seguram as mãos um do outro.
      - Era tão bom ser criança! Estávamos sempre juntos...
      - Ainda estamos juntos, eu disse pra você, não importa o quão longe nossas cidades são, eu estou sempre com você.
      - Eu sei mano - ele sorri, sempre achou fofo como ela podia de uma hora pra outra voltar a ser apenas uma garotinha - mas sinto uma saudade imensa de você!
      Ela agora está séria, os olhos pedintes que ele tanto conhece, e um sinal do biquinho que ela sempre fazia quando queria convencê-lo de alguma coisa começou a surgir em sua face.
      - Não tente fazer isso de novo! Você nunca vai parar com essa mania de fazer essa carinha de quem quer colo que sempre me convence de tudo?
      Ela sorri, enquanto ele dá um tapinha de leve nela.
      - Não enquanto ela funcionar!
      - Você sabe que eu tenho que ir embora, tenho uma reunião importante na segunda, e não posso perder o voo de amanhã.
      - Tudo bem, eu entendo. Já sou uma mocinha grande. - E ele não esconde o sorriso, e pensa consigo que ela vai ser sempre a sua menininha, não importa o quanto cresca.
      Os dois voltam a se dar novamente as mãos, deitados ali, olhando o céu, perdidos cada um em seu próprio pensamento.
      - Esse lugar me tras muitas lembranças...
      - Eu sei, é por isso que toda vez que eu volto a gente vem aqui. Foi aqui que a gente brincava com a mamãe, e foi ali que eu tentei te ensinar a andar de bicicleta, você quase caiu no lago! Foi muito engraçado!
      - Eu não achei graça nenhuma. - e ela faz cara de ofendida - Mas esse parque realmente me faz bem, estar com você aqui me faz bem. Me acalma, é como se nada de ruim pudesse acontecer enquanto nós estamos aqui.
      - Eu entendo, sinto a mesma coisa.
      Os dois permanecem ali, mãos e corações unidos. Vão ficar assim até o fim da tarde, olhando o sol sumir aos pouquinhos no horizonte como fazem todo ano. Ambos sabem que não importa o quando a distância atrapalhe, o quanto a saudade incomode, ano que vem eles estarão ali, juntos de novo, num dia que eles reservaram só pra eles.

6 comentários:

Karine Lima disse...

Oi, adorei teu blog
estou seguindo aqui, visita o meu
e se gostar siga, um beijo

http://livreelouca.blogspot.com/

Stephanie Pereira disse...

é bom relembrar as coisas boas que vivemos com as pessoas que fazem parte da nossa vida. Acho que todo mundo deveria fazer isso um dia (:

Luria Corrêa disse...

adorei o texto. Cena de filme mesmo! Gostei muito do blog, já sigo.

beijos e boa sorte no BLQ :)


http://luriacorreamartins.blogspot.com/

Tiêgo R. Alencar disse...

Ah, que lindo! Achei tão intenso! Reviver o passado é algo que todo mundo deveria fazer.

Beijo :* Curti muito seu blog! E parabéns por mais uma vitória no Blorkutando!

Cecília Ferreira disse...

Me sinto assim com meu irmão mais velho,ele saiu de casa,tá noivo vai casar já );
E sinto a falta dele principalmente no café da manhã,que era quando conversávamos.
É duro aguentar um irmão,mas duro ainda é quando tempo que se separar.
Texto lindo tay

Babi Farias disse...

Muitos textos fluem para o amor romântico regado a carnal na juventude quando vê a foto, mas você conseguiu ler de uma maneira tão diferente... E há tantas formas de amor. Boa sorte!

Respondendo à sua pergunta: não me importo de que fale do mesmo assunto, não, viu?! Sem problemas. (:

Beijos
:*