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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

The time


Fotos espalhadas pela cama, cartas jogadas em um canto qualquer do quarto.

O tempo passa, e ela sabe disso.

Os olhos agora marejados contemplam a janela sem ver. A chuva cai lá fora, como as lágrimas que caem agora pelo seu rosto.

O tempo passa, mas esse vazio não passa com ele.

Quantas brigas mal resolvidas, quantas pessoas que foram embora e nunca mais voltaram, quantos sorrisos perdidos, quantas lembranças guardadas aqui.

Como disse uma vez Martha Medeiros, o tempo não cura nada, apenas tira o incurável do centro das atenções. Apenas cicatriza superficialmente as feridas abertas, e ninguém disse que velhas cicatrizes não voltam a incomodar.

Elas ainda doem quando a gente sente aquele cheiro, volta aos mesmos lugares, remexe as gavetas. Ainda queremos arrancá-las do nosso peito quando o trecho daquela música começa a tocar no rádio, quando folheamos os álbuns antigos, e a dor volta a ser sentida.

O tempo não é um aliado, e a garota sentada na cama agora sabe disso. O tempo corre, voa, sem esperar para que você levante depois daquele tombo, sem voltar e trazer consigo quem partiu. O jeito é aprender a lidar com suas próprias dores, sua própria história e deixar que o tempo passe assim, indiferente.

5 comentários:

Stephanie Pereira disse...

Então o jeito é esperar que o incurável deixe de ser o centro das atenções...

Cecília Ferreira disse...

Tay seu texto me vez ver que as dores que eu sinto sempre estarão comigo,não importa o que eu faça,se é evitar uma certa música ou certas lembranças,sempre vão estar!
Acho que quando aprendemos a lidar com a dor que conseguimos levantar e caminhar.
Amei o texto (:

George Bueno disse...

Gostei do seu Blog, quer conhecer o meu?

http://leia-atentamente.blogspot.com

Cecília Ferreira disse...

Oi Tay,passando aqui pra te dizer que indiquei vc para um questionário lá no meu blog.Se puder responda
Beijos

Anônimo disse...

Realmente o tempo é algo que não pode ser controlado, embora às vezes sintamos vontade de poder manipulá-lo à nosso favor. Eu sempre me pego pensando em coisas que passaram e que poderiam ter sido diferentes e o mais estranho, tento imaginar como vai ser o futuro. Queria ser um Sr. do Tempo, mas infelizmente isso não é possível, talvez seja melhor, talvez seja isso que torne a vida tão excitante (não saber nunca o que vai acontecer, nem quando vai acontecer). É como você disse temos que deixar o tempo passar indiferente. Mas, confesso que isso não é nada fácil.
Bj