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domingo, 12 de outubro de 2008

A noite estava boa. Não, não, a noite estava ótima. Ela havia esquecido todos os problemas absorta no ritmo daquela música, dançado até suas pernas não mais agüentarem. Mas uma pequena visão, uma simples virar de cabeça para o lado errado fez todo o encanto da noite se quebrar. Ele estava lá, esteve à noite toda, porém agora não estava só. Não era os lábios dela que ele beijava, mas sim os lábios de outra garota.
Escutar as pessoas falando “eu sei como é isso” com uma certa ironia na voz era tudo que ela menos precisava. Aquele olhar era o que mais machucava, aquele que dizia não foi você quem eu escolhi, não é você em quem eu penso, aquele olhar malicioso e vencedor que ele lhe dirigia.

Agora ela está abraçada ao travesseiro, com as lágrimas escorrendo-lhe pelo rosto. Lágrimas que a pouco ela conteve para não dar o braço a torcer e admitir pra ele o quanto ela estava machucada. Lágrimas de raiva por ter sido enganada, por ter sido tão terrivelmente tola.
Os primeiros raios de sol já apareceram e ela ainda não dormiu. Sabe que daqui a algumas horas terá que encontrar forças, mesmo morrendo por dentro, e erguer a cabeça para encarar aqueles mesmos olhos novamente...

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