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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Pra guardar dentro dela...


Fechou os olhos, assim de repente, como se quisesse guardar a cena para sempre. Cada som, cada cheiro, cada mínimo toque. Eternizar dentro dela. Cada mínimo segundinho.

Os dedos dele enroscando de leve em seu cabelo, o vento colando a camisa dele junto ao corpo não tão definido, os olhos cor de mel que se fixavam nos dela, o riso ridículo que a fazia rir também, o cheiro da pele dele perto da sua, a voz dele sussurrando uma musica qualquer no seu ouvido.

Esses momentos ela guardou. Por isso fechou os olhos.

Não queria vê-lo indo embora, não guardaria a calma no rosto dele, as palavras que ele disse em alto e bom som, o cheiro da loção pós barba que tanto odiava, o cabelo dele molhando por causa da chuva, o som da porta batendo, o carro se afastando, ele indo embora para não mais voltar.

Preferia as lembranças boas, quando ela tinha certeza que ele a amava. Então fechou os olhos, selecionando as imagens que ficariam em sua mente e evitando as que não queria lembrar. Abriu os olhos e ficou ali, olhando a chuva que caia sem parar, sentindo o cheiro da terra molhada e se preparando para as novas lembranças que precisava arrumar.







ps: sou péssima em títulos, e esse é mais uma prova disso.
ps 2: me avisem se a letra do blog ficou estranha, porque aqui no meu pc ela varia de normal pra algo muito estranho dependendo de como a página carrega (paoksoakspokas sim, meu pc é louco)

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Um dia só pra nós


      - E você lembra aquela vez que a gente jogou a aranha de borracha na vizinha? Nossa! Ela saiu gritando e se sacudindo como uma louca!
      - Claro que eu lembro - disse ela rindo - Ela ficou muito braba! Ficamos uma semana de castigo, mas valeu a pena. - Ela dá mais uma boa gargalhada enquanto ele sorri também.
      Os dois recordam mais algumas peripércias do passado, enquanto seguram as mãos um do outro.
      - Era tão bom ser criança! Estávamos sempre juntos...
      - Ainda estamos juntos, eu disse pra você, não importa o quão longe nossas cidades são, eu estou sempre com você.
      - Eu sei mano - ele sorri, sempre achou fofo como ela podia de uma hora pra outra voltar a ser apenas uma garotinha - mas sinto uma saudade imensa de você!
      Ela agora está séria, os olhos pedintes que ele tanto conhece, e um sinal do biquinho que ela sempre fazia quando queria convencê-lo de alguma coisa começou a surgir em sua face.
      - Não tente fazer isso de novo! Você nunca vai parar com essa mania de fazer essa carinha de quem quer colo que sempre me convence de tudo?
      Ela sorri, enquanto ele dá um tapinha de leve nela.
      - Não enquanto ela funcionar!
      - Você sabe que eu tenho que ir embora, tenho uma reunião importante na segunda, e não posso perder o voo de amanhã.
      - Tudo bem, eu entendo. Já sou uma mocinha grande. - E ele não esconde o sorriso, e pensa consigo que ela vai ser sempre a sua menininha, não importa o quanto cresca.
      Os dois voltam a se dar novamente as mãos, deitados ali, olhando o céu, perdidos cada um em seu próprio pensamento.
      - Esse lugar me tras muitas lembranças...
      - Eu sei, é por isso que toda vez que eu volto a gente vem aqui. Foi aqui que a gente brincava com a mamãe, e foi ali que eu tentei te ensinar a andar de bicicleta, você quase caiu no lago! Foi muito engraçado!
      - Eu não achei graça nenhuma. - e ela faz cara de ofendida - Mas esse parque realmente me faz bem, estar com você aqui me faz bem. Me acalma, é como se nada de ruim pudesse acontecer enquanto nós estamos aqui.
      - Eu entendo, sinto a mesma coisa.
      Os dois permanecem ali, mãos e corações unidos. Vão ficar assim até o fim da tarde, olhando o sol sumir aos pouquinhos no horizonte como fazem todo ano. Ambos sabem que não importa o quando a distância atrapalhe, o quanto a saudade incomode, ano que vem eles estarão ali, juntos de novo, num dia que eles reservaram só pra eles.